domingo, 5 de julho de 2015

Linha de Erês

Linha de Erês
Imagem: Erês da Umbanda. Editadas em conjunto / Google

Essa linha é regida por Oxum, embora cada Erê venha na irradiação de um ou mais Orixás, pois eles próprios são filhos de determinado Orixá e perante outros Orixás foram iniciados para trabalharem em Seus Mistérios.
Ibejada, Yori, Erês, Dois-Dois, Crianças, Ibejis, são esses vários nomes para essas entidades que se apresentam de maneira infantil; quando chegam no terreiro transformam o ambiente em pura alegria.

Yori: um dos raros termos sagrados que se manteve sem nenhuma alteração. Esse termo, assim como Yorimá, era de pleno conhecimento da pura Raça Vermelha, só se apagando do mental do ser humano após a catástrofe da Atlântida. Ele ressurgiu através do Movimento Umbandista, em sua mais alta pureza e expressão. Traduzindo este vocábulo através do alfabeto Adâmico, temos: a Potência Divina Manifestando-se, a Potência dos Puros.
Ibeji: (ib: “nascer”; eji: “dois”) Orixás gêmeos africanos que correspondem, no sincretismo afrobrasileiro, aos santos católicos Cosme e Damião. Ibeji na nação Keto, ou Vunji nas nações Angola e Congo.
Dois Dois: Nome pela qual são designados os santos católicos Crispim e Crispiniano; os santos Cosme e Damião; o Orixá africano IBEJI e a falange das crianças na Umbanda.
Erê: Vem do yorubá iré que significa “brincadeira, divertimento”. Existe uma confusão latente entre o Orixá Ibeji e os Erês. É evidente que há uma relação, mas não se trata da mesma entidade. Ibeji são divindades gêmeas, sendo costumeiramente sincretizadas aos santos gêmeos católicos Cosme e Damião.

Os Erês são entidades de caráter infantil que incorporam na Umbanda. Possuem o poder de renovação e incrível capacidade de alegrar todos ao redor, o amor é a própria energia manipulada pelas crianças. São espíritos naturais que se dividem em dois grupos: os que estão agrupados no quinto plano de evolução como seres encantados (que nunca encarnaram) e os que, em sua minoria, saíram de seu plano e encarnaram, e por algum motivo, desencarnaram ainda crianças. São seres de imensa luz e sabedoria, que utilizam da roupagem infantil para nos trazer sabedoria através de um sorriso. Nem todos são crianças, mas todos os Erês são infantilizados.
No decorrer das consultas vão trabalhando com seu elemento de ação sobre o consulente, modificando e equilibrando sua vibração, regenerando os pontos de entrada de energia do corpo humano. Esses seres mesmo sendo puros, não são tolos, pois identificam muito rapidamente nossos erros e falhas humanas. E não se calam quando em consulta, pois nos alertam sobre eles. Por apresentarem aspecto infantil podem não ser levadas muito a sério, porém o seu poder de ação fica oculto. São conselheiros e curadores, por isso foram associados à Cosme e Damião, curadores que trabalhavam com a magia dos elementos. O elemento e a força da natureza correspondente a Ibeji são todos, pois ele poderá, de acordo com a necessidade, utilizar qualquer dos elementos.
Manipulam as energias elementais e são portadores naturais de poderes só encontrados nos próprios Orixás que os regem. Estas entidades são a verdadeira expressão da alegria e da honestidade, dessa forma, apesar da aparência frágil, são verdadeiros magos e conseguem atingir o seu objetivo com uma força imensa. Embora as crianças brinquem, dancem e cantem, exigem respeito para o seu trabalho, pois atrás dessa vibração infantil, se escondem espíritos de extraordinário conhecimento. É curioso imaginar uma criança possuir a experiência e a vivência de um homem velho e ainda gozar a imunidade própria dos inocentes, mas a entidade conhecida na umbanda por Erê é assim. Faz tipo de criança, pedindo materiais de trabalho como chupetas, bonecas, bolinhas de gude, pedras, doces, balas e as famosas águas de bolinha (refrigerantes) e chamando os mais velhos de tios e avôs.
Normalmente têm os nomes relacionados a nomes comuns, normalmente brasileiros, como Rosinha, Mariazinha, Ritinha, Pedrinho, Paulinho, Cosminho, Luizinho, Aninha, Miguelzinho, etc.
Comem bolos, balas, refrigerantes (normalmente guaraná) e frutas. Alguns deles incorporam pulando e gritando, outros descem chorando, outros estão sempre com fome, etc. Estas características, que às vezes nos passam despercebidas, são sempre formas que eles têm de exercer uma função específica, como a de descarregar o médium, o terreiro ou alguém da assistência.

A festa de Cosme e Damião (Ibejis) é uma das homenagens mais populares da Umbanda, feita em quase todos os terreiros do país. Reúne não só os adeptos da religião, como todos os curiosos e entusiastas da alegria das festas de crianças.

A linha de Erês está integrada à tríade da direita na Umbanda, formada por Caboclos, Pretos Velhos e Erês.

Símbolos de representação da linha: Pirulito, bala e pássaros.
Cores: Cor de rosa, azul claro, branco.
Ferramentas: Doces, pedras, chupetas, brinquedos, etc.
Flores: Rosa branca, rosa cor de rosa, flores do campo e flores claras em geral.
Comidas: Doces diversos, frutas diversas, arroz doce, cocadas, balas, pirulitos, bolos, etc. Muitas casas servem apenas doces claros para os erês, deixando os doces escuros para os exus mirins. Outras servem claros e escuros para ambos.
Bebidas: Refrigerantes, sucos de frutas, água.
Fumo: Não usam.
Pontos de Força: Campos abertos e limpos e todos os outros pontos de força.
Saudação: Oni Ibejada!

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Fontes:
Adaptação do texto original postado no site Instituto Cultural Sete Porteiras do Brasil.

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