terça-feira, 26 de maio de 2015

Batismo na Umbanda

Batismo na Umbanda
Imagem: Reprodução / Google
Falarei hoje sobre o batismo na Umbanda. Não o batismo de bebês (este será abordado posteriormente) mas o batismo de médiuns ativos e filhos (não médiuns).
Este batismo não significa que você está sendo rebatizado ou substituindo seu batizado quando bebê; este batismo possui um significado diferente, é um ritual de iniciação próprio da Umbanda.

Como é: para médiuns
É a primeira etapa da vida mediúnica do médium. É no batismo que o médium se confirma filho da Umbanda e inicia sua trajetória. O médium descobre seus pais Orixás (os dois ou somente o de frente), o que por si só já é o ponto alto do ritual, já que a partir daí o filho começa suas firmezas, oferendas e passa a então a se conectar mais profundamente com sua própria mediunidade. Além disso tem seu chakra coronário lavado com água pura, partes do corpo cruzadas com pemba consagrada, orientações do Guia Chefe, entre outras ritualísticas que podem ser específicas de cada terreiro. Em algumas casas ainda é dado o amaci.

Como é: para outros filhos da religião
O batismo para não médiuns funciona como um rito de entrada, uma confirmação aos que adotaram a Umbanda como sua religião e querem se integrar à ela mais profundamente. Os filhos descobrem seus pais Orixás e tem seu chakra coronário lavado com água pura. Não são todas as casas que realizam esse tipo de batismo.

Descobrindo os Orixás
O método para a descoberta dos Orixás de cada filho pode variar de casa para casa. Muitas casas se valem do jogo de búzios, outras do jogo de fitas coloridas na cabeça (cada fita na cor de um Orixá). Em outros casos, o Guia Chefe da casa revela diretamente.

O Otá: o início do assentamento pessoal dos médiuns
O otá é uma pedra retirada de um ponto de força da natureza. O filho vai até um ponto de força e mentaliza encontrar seu otá (uma pedra vai chamar mais atenção do que as outras). Assim que o otá for identificado, o filho pede licença ao Orixá regente deste campo para que possa retirar a pedra. Se estiver perto de água (cachoeiras, rios, mares, minas), é necessário lavar o otá e pedir para que a partir de então aquela seja sua pedra de conexão com seu Orixá, mesmo que não se saiba quem é ainda. Se não tiver água no ponto de força (matas, pedreiras), é preciso levar água mineral para que o otá seja lavado no local onde foi encontrado. Depois de feito, agradecer por ter encontrado e por ter permissão de levar consigo. Então, o otá é embalado em algum pano de cor clara (preferencialmente branco) para que não toque em outros objetos contaminados. Só deve ser manipulado novamente no dia do batismo.
Rubens Saraceni indica o mesmo procedimento, levemente diferente, em uma de suas obras; clique aqui para ler.
Algumas casas indicam o Otá para não-médiuns também, podendo haver diferença no fundamento, entretanto.

Local
O batismo é feito na cachoeira, no mar ou no próprio terreiro. Se for realizado no terreiro, entretanto, é necessário que haja água pura.

Elementos do ritual
Os elementos também podem variar de casa pra casa, mas em geral são: água, alfazema líquida, uma toalha branca, pemba branca, fitas e/ou búzios, velas, etc.

Preceito
Preceito significa aquilo que se aconselha fazer ou praticar; regra, ensinamento: os preceitos da religião.
 Ação de prescrever; norma ou mandamento.
É comum em diversas religiões, e devem ser seguidas para um resultado eficaz daquilo que se irá fazer. Na Umbanda não é diferente.
Embora o preceito já seja utilizado no dia a dia dos trabalhos (como tomar banho de ervas, evitar relações sexuais, etc.), existem alguns preceitos específicos para alguns rituais, como no batismo.
Os preceitos podem variar também de casa pra casa, mas o que é regra para todo batismo é abster-se de bebidas alcoólicas, relações sexuais e todo tipo de carne durante determinado tempo (a ser determinado pelo sacerdote ou Guia Chefe). Ainda é necessário fazer um banho de ervas. Algumas casas podem ainda estabelecer outros quesitos, mas esses são os básicos. 

Quando ser batizado
O filho de fé deve manifestar a vontade de ser batizado, mas acontecerá somente quando a espiritualidade permitir.

Oferendas
Após o batismo, os filhos devem oferendar seus pais Orixás em agradecimento. Deve-se, posteriormente, oferendá-los pelo menos uma vez ao ano.

Bom senso e amor
Antes de qualquer coisa, deve-se ter certeza do que quer. O batismo deve ser feito com muito amor e aceitação, já que é um dos rituais mais bonitos e significativos da Umbanda. Todo filho acolhido pela Umbanda deve, a partir daí, honrar sua religião e jamais se esquecer dos compromissos firmados.

Saravá!

quinta-feira, 21 de maio de 2015

Orixás na Umbanda: Exu

Orixás na Umbanda: Exu
Imagem: Orixá Exu. Reprodução / Google
EXU
(Odara, Elegbara, Bará)


Exu é o mais controverso dos Orixás por não ser plenamente entendido. Não é demônio nem deve ser temido por sua dualidade.
Na Umbanda não é regente de ori (cabeça, coroa), mas é cultuado direta ou indiretamente nos terreiros. Têm-se a linha de esquerda regida por Exu, Guias que representam sua atuação, mas Exu Orixá tem grande importância dentro da Umbanda.
Exu é o mensageiro que leva os pedidos das pessoas aos outros Orixás e traz suas respostas (é o comunicador, a ponte entre os homens e os Orixás), mas é também um Orixá com outras funções definidas, tendo culto e domínios próprios, ainda que na Umbanda isso seja feito, na maioria das vezes, indiretamente. Uma de suas atuações é absorver, vitalizar e neutralizar os seres.
Exu é o dono das encruzilhadas, e entende-se que encruzilhada é o encontro de duas realidades, de duas verdades diferentes, tais como: matéria/astral; razão/emoção; luz/trevas; ou, literalmente, pode ser o encontro de dois caminhos. Esta é a representação do ponto de força de Exu, a dualidade. Exu está em todos os caminhos, em todos os lugares e passagens, e não apenas na encruzilhada de rua, de terra, ou de mata. Todos os pontos que marcam a entrada e a saída de uma realidade são pontos de firmeza e de manifestação de Exu. É ele quem mantem a Lei e a Ordem, por isso tem grande afinidade com Ogum. É vitalizador, absorvedor, magnetizador, fertilizador. Rege a sexualidade (reprodução e vigor) e a magia.
Seu cetro fálico representa o vigor masculino, a vitalidade. Suas cabaças representam o útero, o poder realizador feminino. Entende-se que vigor, realização e vitalidade são necessárias em todos os campos da vida, não apenas no sexual.

Exu é o primeiro a receber oferendas no Candomblé, costume muito presente nos terreiros de Umbanda (firma-se primeiro a tronqueira para depois firmar o congá).
Nos livros “Lendas da Criação” e “Orixá Exu”, ambos de Rubens Saraceni encontra-se uma explicação do porquê de Exu ser o primeiro a receber oferendas. Imaginem um momento anterior à Criação.
No Princípio, a ideia da Criação existia apenas “no íntimo” do Criador. (Ou, como está na Bíblia: “No Princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus”.) Deus ainda não havia “exteriorizado” a Criação. Tudo existia apenas no Íntimo do Criador. Em torno da morada interior do Criador só existia “o Vazio”. Então, desde o Princípio, esse “Vazio” cerca e protege toda a Criação. E Exu é o Orixá Regente do Vazio. Tudo quanto seria construído por Olorum iria ocupar esse Vazio e dependeria da concordância de Exu. Então, os Orixás deram a primazia a Exu, pois do contrário nada poderiam construir. Num segundo momento, e para receber a Criação que Olorum iria exteriorizar, foi criado o Espaço, este regido por Oxalá, o Senhor das Formas. E Oxalá só pôde
criar o Espaço com a concordância de Exu, pois o Espaço foi criado em cima dos domínios de Exu. Só depois da criação do Espaço por Oxalá, em cima do Vazio de Exu, é que tudo pôde ser criado, inclusive a humanidade. E é por isso que Exu deve ser o primeiro a receber oferendas.
Não importa quem foi o primeiro Orixá a ser criado, porque todos são atemporais e pré-existiam
em Olorum. Mas o Vazio é anterior a tudo. Exu guarda e protege tudo o que cerca a Criação (por isso Exu fica sempre do lado de fora). Quem não respeita os seus domínios não respeita o Sagrado. E para entrar no Sagrado, primeiro passamos por Exu. Daí que Exu é o primeiro a receber oferendas.
E é daí, também, que vem a expressão "Sem Exu não se faz nada".

Exu, como qualquer outro Orixá, como divindade e trono de Deus, deve ser respeitado. Pode ser cultuado diretamente sim, sem medos e preconceitos. Exu só deve ser temido se o filho estiver em atraso com a lei, se estiver burlando a ordem divina em prol de si próprio. Exu é o grande cobrador.

“Exu ironiza a vida, ri da desgraça, dança sobre o fogo e domina a ilusão, principalmente aquela que nos envolve pelo ego, materialismo e vaidade. Ele domina todos os sentidos do apego, conhece nossas vaidades e vícios. Talvez por isso seja considerado o mais humano dos Orixás e passa a ser o mais “temido”, pois quando Exu se mostra “igual a nós” ele nos assusta, simplesmente porque quer nos mostrar a dualidade humana, que hora nos leva para a luz e hora nos puxa para as trevas. Céu e Inferno, tudo ao mesmo tempo em nossa mente, o maior juiz. Exu joga e brinca com todos estes valores e por isso ele assusta uns e faz temer a outros; no entanto é tão Orixá quanto Oxalá e as lendas mostram o quanto ele pode ser amigo, fiel, querido e até servo (mas não serviçal), pois é também senhor da magia, dos caminhos, das encruzilhadas, das portas e passagens, é quem permite a comunicação. E também é bem como mal, tanto amigo quanto inimigo, luz e trevas, Céu e Inferno. Exu é Vazio e cada um de nós escolhe com quais valores preenche este Vazio”.

Irradiação: Vitalização
Função: Vitalizador, absorvedor
Cores: Preto e Vermelho
Chakra: Umbilical
Elemento: Telúrico, ígneo
Ferramenta: Ogó (bastão em formato fálico com cabaças)
Símbolos: Tridente, ogó
Sincretização: Santo Antônio
Dia comemorativo: 13 de Junho
Dia da semana: Segunda-feira
Pontos de Força: Encruzilhadas, lugares de terra
Pedras: Rubi, carvão mineral, granada
Metais: Nenhum específico
Animais: Bode, cabra, cão
Ervas: Pimenta, casca de alho, casca de cebola, açoita cavalo, dandá, pinhão roxo, arruda, urtiga, amendoeira, amoreira, figueira do diabo, aroeira, azevinho, cajueiro, cana-de-açúcar, catingueira
Flores: Cravos e rosas vermelhas
Frutas: Limão, amora, pitanga, frutas ácidas em geral
Comidas: Carne vermelha, farofa apimentada no dendê, miúdos de frango, cebolas 
Bebidas: Aguardente, vinho tinto
Saudação: Laroyê!


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Fontes:

sexta-feira, 15 de maio de 2015

Orixás na Umbanda: Omolu

Orixás na Umbanda: Omolu
Imagem: Omolu. Reprodução / Google
 OMOLU
(Obaluayê, Xapanã)

Omolu é o orixá curador. Sua atuação principal é na transmutação de energias. É o Orixá que rege a morte e o instante da passagem do plano material para o espiritual (desencarne). Guarda para Olorum todos os espíritos que fraquejaram durante sua jornada carnal e entregaram-se à vivenciação de seus vícios emocionais. Muitos o associam apenas à ideia do orixá curador, “o médico sagrado da Umbanda”, que ele realmente é... Mas Omolu representa mais que isto: Ele é o senhor das passagens de um plano para outro, de uma dimensão para outra, de um estado ou condição para outra, e mesmo do espírito para a carne e vice-versa, pois atua diretamente no processo reencarnatório, como Nanã. É um Orixá que cuida da evolução dos seres, das criaturas e das espécies. É a profundidade da terra, tudo que é gerado dela. As irradiações de Omolu garantem o equilíbrio da Criação.
É também o Guardião Divino dos espíritos caídos. E é preciso muito amor para recolher os caídos, muito amor para não desistir deles. É o Grande Velador da vida e da evolução constante, que atua no silêncio das eras para preservar a vida.

Irradiação: Evolução
Função: Transmutador, evolucionista
Cores: Roxo ou Preto e Branco (no Candomblé: roxo, lilás, preto e branco, amarelo e preto)
Chakra: Básico
Elemento: Telúrico
Ferramenta: Xaxará (espécie de vassoura de fios de palha da costa enfeitada com búzios), búzios
Símbolos: Cruz com três bases, xaxará
Sincretização: São Roque, São Lázaro
Dia comemorativo: 16 de Agosto, 17 de Dezembro
Dia da semana: Terça-feira
Pontos de Força: Cruzeiro da calunga pequena (cemitério), cavernas, chão de terra escura
Pedras: Turmalina negra, ônix, potássio, zinco, pedras roxas em geral
Metais: Chumbo
Animais: Cachorro preto, morcego, porco, tatu, cabrito
Ervas: Alho desidratado, casca de alho, cipó cabeludo, dandá, olho de cabra, orégano, pinhão roxo, valeriana, garra do diabo, picão preto, mamona roxa, urtiga, peregun roxo, chorão, cebola desidratada, casca de cebola, cipó cruz, fumo (tabaco), barba de velho, sálvia, damiana, salsaparrilha, sete sangrias, trapoeraba, sabugueiro flor, beterraba flor, catinga de mulata, ipê roxo, lantana, umbaúba, arroz, velame,
alcachofra folhas, angélica raiz, capim rosário, chapéu de couro, cravo da índia, manjericão, manjericão roxo, noz de cola (obi seco), verbena, beterraba folhas, mirra, folha de fogo
Flores: Crisântemos brancos e lilás, violetas, margaridas, flores do campo roxas
Frutas: Jaca, cajá, morango, amora, uva preta, jabuticaba, figo preto, cereja preta
Comidas: Pipocas no azeite de dendê, coco seco fatiado e regado com mel
Bebidas: Vinho tinto, café puro, café com aguardente, vinho rosê licoroso
Saudação: Atotô!

Características dos filhos de Omolu
Uma das características mais marcantes dos filhos de Omolu é que seus eles parecem ter mais idade do que realmente têm por conta da entidade ser mais velha e agem como se tivessem uma idade bastante avançada. Dizem ainda, que a insatisfação é a principal característica dos filhos deste Orixá. Mesmo que sua vida corra na mais perfeita tranquilidade, eles nunca estão satisfeitos. Podem atingir o ponto mais alto da sua profissão, porém podem deixar ir por água abaixo tudo o que foi planejado durante anos. Nos relacionamentos pessoais, são difíceis de lidar e procuram ter uma vida independente dos outros. 
Quando negativados, os filhos de Omolu são pessoas extremamente pessimistas e teimosas que adoram exibir os seus sofrimentos, daqueles que procuram o caminho mais longo e difícil para atingir algum fim. Deprimidos e depressivos, são capazes de desanimar o mais otimista dos seres; acham que nada pode dar certo, que nada está bom. Às vezes, são doces, mas geralmente possuem manias de velho, como a rabugice, e podem ser muito mal-humorados.
Gostam da ordem, gostam que as coisas saiam da maneira que planejaram. Não são do tipo que levam desaforo para casa e se se sentirem ofendidos respondem no ato, não importa a quem. São amigos de verdade.
O lado positivo da maioria dos filhos de Omolu supera em muito o lado autodestrutivo que todos têm (uns mais, outros menos, mas em geral apresenta-se em todos). São extremamente alegres, perseverantes, pacientes e amorosos, tiram a roupa do corpo para agradar uma pessoa, tratam o dinheiro pelo lado do prazer, da satisfação. Extremamente fiéis a uma causa. A justiça para os filhos de Omolu não é a dos homens e sim a de Deus (Olorun). Muito limpos e vaidosos, ao contrário de muitos arquétipos, são na maioria muito bonitos, se não fisicamente, espiritualmente, e ainda tem grande afinidade pela atração que exercem nas pessoas. Tem uma capacidade mental atualizada ao seu tempo, raramente adoecem e quando acontece se recuperam mais rápido ainda.
As pessoas de Omolu têm a tendência da mudança propriamente dita, para qualquer coisa que desejarem. Trabalhadores incansáveis, os filhos de Omolu numa roça fazem de tudo, apenas não os magoem nem os tratem com indiferença, pois quando ciumentos são capazes de exageros, se sentem incompreendidos e, muitas vezes não sabemos o que lhes causam repentinas depressões. Filhos do Sol e da Terra de Orixá vivo, os filhos de Omolu são maravilhosamente despretensiosos. Um tanto radicais, podem mudar de opinião de uma hora para outra. Também, geralmente, céticos em sua fé, intuitivos, andarilhos e aguçados. Podem ter premonições e seus filhos tem um pensamento de pessoas maduras, o que os ajuda a não agirem como crianças, ou serem irresponsáveis. Gostam da ordem e disciplina.


- Reuni aqui as informações que julgo serem as mais necessárias para nosso culto aos Orixás na Umbanda. Para mais informações, acesse os sites citados abaixo nas fontes de pesquisa.

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Fontes:
Livro: Umbanda: Mitos e Realidade - Iassan Ayporê Pery
Livro: Rituais Umbandistas - Rubens Saraceni
Livro: Orixás na Umbanda - Janaina Azevedo

segunda-feira, 11 de maio de 2015

Orixás na Umbanda: Nanã

Orixás na Umbanda: Nanã
Imagem: Nanã. Reprodução / Google
NANÃ
(Nanã Buruquê/Buruku)

Nanã é a mais velha de todos os orixás, a soberana das águas. Atua por atração magnética sobre os seres cuja evolução está paralisada e cujo emocional está desequilibrado. Ela os atrai magneticamente para operar um grande processo, que é de dar maleabilidade aos seres, quebrando seus vícios e desfazendo suas resistências e negatividades, e também dissolvendo os medos ou bloqueios inexplicáveis, de fundo inconsciente, e as memórias traumáticas do ser. Atua decantando todo o negativismo que vai se soltando, e o deposita no fundo “do barro” (encontro dos elementos água e terra, que constituem seus domínios), para finalmente, dar estabilidade ao que ficou de positivo em todo este processo, para que o ser retome sua evolução de forma equilibrada, ou seja, é ela a dona de nossa evolução. Nanã acalma e transforma os seres.
É a senhora da vida e da morte, com grande atuação nas reencarnações (já que é ela quem dilui os acúmulos energéticos da vida de um espírito, apaga suas lembranças e adormece todo seu conhecimento, conceitos e sentimentos, para que ele possa viver uma nova vida). Rege a memória e a maturidade dos seres. É o aconchego, a experiência, a sabedoria, a paciência. É a Grande Avó.

Irradiação: Evolução
Função: Decantador, transmutador, evolucionista
Cores: Lilás (no Candomblé: lilás, roxo, rosa)
Chakra: Básico
Elemento: Telúrico, aquático
Ferramenta: Ibiri (cajado curvo feito de hastes da folha da palmeira de dendê), vassoura de palha
Símbolos: Ibiri
Sincretização: Sant’Ana
Dia comemorativo: 26 de Julho
Dia da semana: Sábado
Pontos de Força: Lagos, mangues, pântanos, águas profundas, nascentes
Pedras: Ametista, fluorita lilás, rubelita, sugilita
Metais: Latão, níquel, prata
Animais: Rã, cegonha, garça real, cabra branca
Ervas: Cipó suma, pinhão roxo, chorão, peregun roxo, alfavaca, alfazema, assa peixe, bardana folhas, camomila flor, cana do brejo, capim rosário, confrei, erva de santa maria, mentruz, hibisco flor, mulungu casca e raiz, noz moscada, sete sangrias, trapoeraba, ipê roxo.
Flores: Crisântemo branco e lilás, hibisco, violetas, narciso, begônias, flores do campo lilás e roxas
Frutas: Melão, uva, jaca, figo, graviola, tâmara, amora
Comidas: Mandioca, inhame, batata doce de casca roxa
Bebidas: Champanhe rosado, calda de figo, licor de amora, calda de ameixa escura
Saudação: Saluba Nanã!


Características dos filhos de Nanã
Os filhos de Nanã são pessoas extremamente calmas. No modo de agir, e até fisicamente, aparentam mais idade. São lentas no cumprimento das suas tarefas, parecem ter a eternidade à sua frente. Agem com benevolência, dignidade e gentileza. Gostam de crianças e as educam com excesso de doçura e mansidão, assim como fazem as avós. São bondosos, decididos, simpáticos, mas principalmente respeitáveis. Agem com segurança e majestade. Suas reações bem equilibradas e a pertinência das suas decisões mantêm-nas sempre no caminho da sabedoria e da justiça.
O tipo psicológico dos filhos de Nanã é introvertido e calmo, temperamento severo e austero. Podem até ser um tanto rabugentos, motivo pelo qual às vezes são mais temidos do que amados.
As pessoas que têm Nanã como Orixá de cabeça podem lembrar principalmente a figura da avó: carinhosa, às vezes até em excesso; levam o conceito de mãe ao exagero. Mas também podem ser ranzinzas e preocupadas com detalhes, inclinando-se a censurar os outros. No geral não têm muito senso de humor e tendem a valorizar demais pequenos incidentes e a transformar pequenos problemas em grandes dramas. Ao mesmo tempo, têm uma grande capacidade de compreensão do ser humano, como se fossem muito mais velhas. Por isso, têm uma habilidade natural para perdoar aos que erram e para consolar quem está sofrendo. 
Os filhos de Nanã são um pouco mais conservadores do que o restante da sociedade. Parecem desejar um mundo previsível, estável ou até voltado para trás; reclamam dos novos costumes, da nova moralidade etc. Muito compenetrados e responsáveis, não conseguem entender como algumas pessoas cometem enganos triviais ou como adotam comportamentos e atitudes que lhes parecem evidentemente inadequados. Assim, têm dificuldade em compreender direito as opiniões alheias e em aceitar que nem todos pensem como eles.
No negativo, os filhos de Nanã podem ser teimosos e ranzinzas, daquelas pessoas que adiam muito uma decisão, ou que guardam por longo tempo um rancor. Podem apresentar precocemente problemas de idade, como a tendência a viver no passado, de recordações. Fisicamente, tendem a apresentar infecções reumáticas e problemas nas articulações em geral.


- Reuni aqui as informações que julgo serem as mais necessárias para nosso culto aos Orixás na Umbanda. Para mais informações, acesse os sites citados abaixo nas fontes de pesquisa.

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Fontes:
Livro: Umbanda: Mitos e Realidade - Iassan Ayporê Pery
Livro: Rituais Umbandistas - Rubens Saraceni
Livro: Orixás na Umbanda - Janaina Azevedo

quinta-feira, 7 de maio de 2015

Orixás na Umbanda: Oxum

Orixás na Umbanda: Oxum
Imagem: Oxum. Reprodução / Google
OXUM

Oxum é o Orixá do amor, seu campo preferencial de atuação é no estímulo aos sentidos do amor, acelerando a união e concepção dos seres. É a deusa do amor e a mais feminina das Iabás. Rege a fertilidade e o poder de gestação. É a senhora das águas doces, que irrigam os campos, garantindo fartura. É também associada ao ouro, por isso identifica-se com todas as manifestações de riqueza. Oxum é a força dos rios, que correm sempre adiante, levando e distribuindo pelo mundo sua água que mata a sede. Rainha das cachoeiras, orixá da prosperidade e da riqueza interior, ela é a manifestação do amor puro, real, maduro, sensível e incondicional, por isso é associada à maternidade e ligada ao desenvolvimento da criança ainda no ventre da mãe.
Ela é o elo que une os seres sob uma mesma crença, trazendo a união espiritual. É o elo que une dois seres sob o mesmo amor, agregando-os onde se dá inicio à concepção de uma nova vida. É a capacidade de sentir amor. É Oxum que “tomará conta” até o nascimento, quando, então, entrega à Yemanjá, que será responsável pelo destino daquela criança. Oxum é a mãe das crianças, seres inocentes e sem maldade, zelando por elas desde o ventre até que adquiram a sua independência. Os seus filhos são a sua maior riqueza.

Irradiação: Amor
Função: Agregador, conceptivo
Cores: Amarelo, rosa (no Candomblé: amarelo, rosa, dourado)
Chakra: Cardíaco
Elemento: Aquático
Ferramenta: Espelho
Símbolos: Coração, cachoeira, espelho
Sincretização: Nossa Senhora Aparecida, Nossa Senhora da Conceição
Dia comemorativo: 12 de Outubro, 08 de Dezembro
Dia da semana: Sábado
Pontos de Força: Cachoeiras e rios
Pedras: Ametista, quartzo rosa, rubi, ágata amarela
Metais: Cobre, ouro e prata
Animais: Arara, pato, pomba rola
Ervas: Cipó cabeludo/cipó seda, buchinha do norte, alfavaca, calêndula flor, camomila flor, canela, carqueja amarga, catuaba/pau de resposta, damiana, graviola folha, imburana semente, laranjeira folha, macela flor, manjericão, melissa folha, menta, pata de vaca, poejo, malva cheirosa (rosa), rosas, erva doce, macela flor, melissa, patchouly, maçã
Flores: Lírios, rosas cor de rosa e amarelas, flores rosas e amarelas em geral
Frutas: Pêssego amarelo, maçã, cereja, melão gaúcho amarelo, damasco, ponkan, goiaba, framboesa
Comidas: Feijão fradinho cozido, ipeté, omolocum
Bebidas: Champanhe, licor de cereja
Saudação: Ora iê iê ô!

Características dos filhos de Oxum
Os filhos de Oxum dão muito valor à opinião pública, fazem qualquer coisa para não chocá-la, preferindo contornar suas diferenças com habilidade e diplomacia. São obstinadas na busca de seus objetivos.
Oxum é o arquétipo daqueles que agem com estratégia, que jamais esquecem suas finalidades, atrás de sua imagem doce se esconde uma forte determinação e um grande desejo de ascensão social. Têm certa tendência à gordura. São mais discretos, pois, assim apreciam o destaque social, temem os escândalos ou qualquer coisa que possa denegrir a imagem que construíram cautelosamente; a imagem doce, que esconde uma determinação forte e uma ambição bastante marcante.
Gostam da vida social, das festas e dos prazeres em geral. Gostam de chamar a atenção dos pretendentes. O sexo é importante para os filhos de Oxum. Eles tendem a ter uma vida sexual intensa e significativa, mas diferente dos filhos de Iansã ou Ogum. Representam sempre o tipo que atrai e que é, sempre perseguido pelo sexo oposto.
Não se desesperam por paixões impossíveis, por mais que gostem de uma pessoa, o seu amor-próprio é muito maior. Eles são narcisistas demais para gostar muito de alguém, mas quando amam, amam verdadeiramente. São bons donos de casa e companheiros. Muito sensíveis a qualquer emoção, calmos, tranquilos, emotivos, normalmente têm uma facilidade muito grande para o choro.
Graça, vaidade, elegância, certa preguiça, charme e beleza definem os filhos de Oxum, que gostam de joias, perfumes, roupas vistosas e de tudo que é bom e caro. O lado espiritual dos filhos de Oxum é bastante aguçado. Geralmente são desconfiados. Os filhos de Oxum preferem contornar habilmente um obstáculo a enfrentá-lo de frente. Sua atitude lembra o movimento do rio, quando a água contorna uma pedra muito grande que está em seu leito, em vez de chocar-se violentamente contra ela, por isso mesmo, são muito persistentes no que buscam, tendo objetivos fortemente delineados, chegando mesmo a ser incrivelmente teimosos e obstinados. Oxum é assim: bateu, levou. Não tolera o que considera injusto e adora uma pirraça. Da beleza à destreza, da fragilidade à força.


- Reuni aqui as informações que julgo serem as mais necessárias para nosso culto aos Orixás na Umbanda. Para mais informações, acesse os sites citados abaixo nas fontes de pesquisa.

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Fontes:
Livro: Umbanda: Mitos e Realidade - Iassan Ayporê Pery
Livro: Rituais Umbandistas - Rubens Saraceni
Livro: Orixás na Umbanda - Janaina Azevedo

segunda-feira, 4 de maio de 2015

Orixás na Umbanda: Yemanjá

Orixás na Umbanda: Yemanjá
Imagem: Yemanjá. Reprodução / Google
YEMANJÁ
(Janaína, Sereia do Mar)

Yemanjá é o orixá da geração, seu campo principal de atuação é no amparo à vida, em todas as suas formas. É o amor maternal, a geração de vidas e ideias, a Grande Mãe. Yemanjá irradia o tempo todo seu fator gerador e criacionista, que estimula a geração e a criatividade das pessoas, trazendo oportunidades de crescimento nos sete sentidos da vida, pois irá estimular a geração de vidas, de idéias, de fé, de amor, de conhecimento etc. 
Concede a bênção da criatividade sempre que os seres iniciam um novo projeto e quando buscam novas fórmulas de viver, novos caminhos. O mar é a morada de Yemanjá; este sendo o grande campo onde se "lava" todos as energias contrárias, é correto pedir à Mãe Sereia a solução de problemas, a cura das mágoas, a renovação da vontade de viver. É Yemanjá quem lida com as emoções. É a energia sagrada que nos integra no Todo da Criação de forma amorosa e maternal. É ela quem nos dá um sentido de união, de grupo, transformando a convivência num ato familiar, criando dependências e raízes, proporcionando sentimentos de irmão para irmão, de pai para filho, com ou sem laços consanguíneos.

Irradiação: Geração
Função: Criacionista, geracionista
Cores: Azul claro (no Candomblé: azul claro, prata, cristalino)
Chakra: Umbilical
Elemento: Aquático
Ferramenta: Abebé (leque prateado em forma circular), Adê (coroa ou diadema)
Símbolos: Lua minguante, ondas, conchas, peixes, diamante, estrela de sete pontas
Sincretização: Nossa Senhora dos Navegantes, Nossa Senhora da Conceição
Dia comemorativo: 02 de Fevereiro, 08 de Dezembro
Dia da semana: Segunda e Sexta-feira
Pontos de Força: Mares
Pedras: Pérola, água marinha, lápis lazúli, turquesa, diamante, madrepérola, quartzo azul, topázio azul
Metais: Prata, cobalto e chumbo
Animais: Peixe, cisne, golfinho, baleia
Ervas: Erva de bicho, buchinha do norte, alho, alfazema, anis estrelado, rosa branca, camomila flor, manjericão, erva de santa maria, mentruz, hibisco flor, manjerona, mulungu casca e raiz, noz moscada, margarida, sensitiva, arroz
Flores: Rosas e palmas brancas, flor de laranjeira, angélicas, orquídeas, crisântemos brancos, azaleia
Frutas: Melancia, melão, jenipapo, uvas brancas, goiaba branca, pera, nêspera
Comidas: Manjar, peixe assado, arroz doce com bastante canela em pó, camarão
Bebidas: Água mineral, champanhe branco, calda de ameixa, calda de pêssego
Saudação: Odociaba! Odoyá!

Características dos filhos de Yemanjá
Os filhos de Yemanjá possuem como característica básica a força e a determinação, assim como o sentido da amizade e do companheirismo. São pessoas presas no arquétipo da mãe, à família e aos filhos. São doces, carinhosos, tradicionais, pouco rígidos, sentimentalmente envolventes e com grande capacidade de empatia com os problemas e sentimentos dos outros. Não costumar gostar muito de mudanças e apreciam a rotina do cotidiano. São muito protetores; possuem o sentido da hierarquia, fazem-se respeitar e são justos, mas formais. Põem à prova as amizades que lhes são devotados, custam muito a perdoar uma ofensa e, se a perdoam, não a esquecem jamais. Preocupam-se com os outros. Geralmente, os filhos de Yemanjá não podem ficar expostos à poeira, pois tendem a desenvolver problemas respiratórios.
São pessoas que não gostam de viver sozinhas, sentem falta da tribo, inconsciente ancestral, e por isso costumam casar ou associar-se cedo. Viajam pouco, detestam hotéis. Apesar do gosto pelo luxo, não são pessoas obcecadas pela própria carreira, sem grandes planos para atividades de longo prazo, a não ser quando se trata do futuro de filhos e entes próximos.
Seu caráter pode levar o filho desse Orixá à tendência de querer consertar a vida dos que o cercam - o destino de todos estaria sob sua responsabilidade. Podem ser controladores, voluntariosos, capazes de fazer chantagens emocionais e, algumas vezes, impetuosos e arrogantes. Um filho de Yemanjá pode tornar-se controlador e rancoroso, remoendo questões antigas por anos e anos, sem esquecê-las jamais.

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Fontes:
Livro: Umbanda: Mitos e Realidade - Iassan Ayporê Pery
Livro: Rituais Umbandistas - Rubens Saraceni
Livro: Orixás na Umbanda - Janaina Azevedo
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