terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Expectativas de Ano Novo

Expectativas de Ano Novo Umbanda Wiki
Imagem: Reprodução / Google
É só entrar a semana de natal/reveillón que já ficamos reflexivos com o ano que se passou. Repassamos mentalmente nossas atitudes, lembranças felizes, e principalmente... Os momentos ruins.
Independente do Orixá que vá reger o ano (embora nós saibamos que influencia muito), nós somos os responsáveis pelas nossas escolhas e atitudes.
Apesar disso, as listas de metas estão fervendo! Os itens vão desde "reeducar a alimentação" à "voltar a tocar violão", mas não podemos perder de vista a nossa evolução como pessoa também.
Você foi gentil com as pessoas este ano?
Fez alguma caridade sem auto-promoção?
Respirou fundo nos momentos de raiva?
Pediu perdão por algum erro?
Meditou?
Amou?

O ano que começa traz uma nova oportunidade, assim como qualquer dia, de qualquer mês. Não se prenda a resoluções malucas que só duram o mês de janeiro: faça do dia de hoje o dia da verdadeira mudança. Coloque em prática hoje, amanhã e sempre.
Deus, todos os Orixás e Guias Espirituais olham sempre por nós e intercedem de boa vontade naquilo que queremos de coração. Basta desejar e fazer acontecer!

Feliz ano novo!

quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

Considerações sobre o Natal

Considerações sobre o Natal Umbanda Wiki
Imagem: Reprodução / Google
E chega o Natal.
Para muitos, sinônimo de magia, alegria e união. Para outros, hipocrisia, falsidade e consumismo. De que lado você está?

Dizem que o Natal foi uma data fabricada pela Igreja Católica para ofuscar outros cultos considerados pagãos. Até mesmo a simbologia da árvore, guirlandas e outros enfeites seriam de origem pagã. O que importa pra valer, é que simboliza o nascimento do Menino Jesus (mesmo que ele tenha nascido em outro dia, conforme dizem); isso nos diz muita coisa, independente se sejamos umbandistas, católicos ou de outra religião.
Sim, acredito que o Natal se transformou em uma data em que a confraternização e a troca de presentes parece mais importante do que o motivo da data em si para a maioria. E poxa, também é legal reunir a família e trocar presentes cheios de amor! Só não podemos perder de vista o motivo; precisamos lembrar de Jesus. Precisamos lembrar de seus exemplos, de seu amor e atos de caridade inesgotáveis. De sua fé e bondade infinita para o próximo.
O Natal só se torna hipócrita se você se juntar à seus entes queridos por puro costume, para se embebedar e trocar palavras doces que durarão só até a meia noite do dia 25. Mesmo que algumas pessoas façam isso, tente você não fazer, dê o exemplo da transformação real. Coisas boas acontecem!
Como disse o sacerdote Rodrigo Queiroz em seu blog: "Sendo assim entendo que para o Umbandista o Natal transcende a criação católica e está mais voltada a interagir com a atmosfera emotiva e fraterna que este período proporciona. É um momento de comungar com o sentimento de amor, de união familiar, de fraternidade. É um ato religioso de religar-se com as pessoas que nos são importantes e que nos estimulam os sentimentos mais nobres.

Imersos nesta vibração é a grande oportunidade de se harmonizar, avaliar o que é mesmo importante na vida e renovar os propósitos da sua existência no novo ciclo que logo iniciará."


Que o Natal seja pra você um dia de renovação inspirado nos ensinamentos de Jesus;
Que o Natal seja pra você um dia feliz de união e amor;
Que o Natal seja pra você um dia de festa e alegria;
Que o Natal seja pra você o motivo para ver seus familiares que não vê há muito tempo;
Que o Natal seja pra você um dia de reflexão;
Que o Natal seja pra você uma data de fortalecimento da fé;
Que o Natal seja pra você um dia para se reabastecer a esperança.

Feliz Natal!

quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Cultive a Positividade

Cultive a Positividade Umbanda Wiki
Imagem: Reprodução / Google
Hoje o assunto vai fazer muita gente revirar os olhos só de ler o título. Parece um clichê tão grande... E logo você vai pensar nas capas de Facebook de muitos conhecidos, com imagens representando paz e amor, cores do reggae e pessoas felizes na natureza. Bom, positividade é isso também. É tudo que te fizer bem, é tudo que te iluminar o pensamento. Se uma capa de perfil de rede social te servir de lembrete para um pensamento forte, tá tudo bem. Deixe isso te invadir e provocar uma onda de fluídos positivos, então.

Energia positiva é aquela energia sagrada e pura que inspira o bem em nós. Energia que desperta a espiritualidade, que cura, equilibra, traz boas sensações e nos conecta com a beleza da vida. Logo, a positividade é o estado do que é positivo. É otimismo, força de pensamento e fé. 
Fé! Otimismo!
Somos bombardeados constantemente com exemplos de fé, superação e otimismo através das artes e da vida real. Pessoas que alcançam grandes feitos, seja nos livros e filmes, seja na luta diária. Será que nos inspiramos pra valer nessas pessoas, ou é só algo instantâneo?
Quando a gente começa a pensar positivo, esbarramos em coisas fantásticas. Oportunidades diversas para ser feliz sem grandes exigências, além de acreditar que o amanhã é uma surpresa mas que tudo dará certo... Porque você acredita que dará! E dá, de algum jeito. Porque tudo tem seu mistério, sua razão de ser, e ser positivo também envolve saber que aquilo aconteceu porque precisava, e tirar um ensinamento importante disso. Sem mágoas e rancores.
Isso não é ser tolo, ingênuo ou resignado. É ter fé, acreditar e fazer acontecer.
Eu, por exemplo, acredito na sorte. Sorte pra mim é puro otimismo, você vibra tanto que aquilo acontece. Você, por si só, emana tanta positividade que as coisas simplesmente voltam pra você. Sempre me considerei uma pessoa sortuda, e acho que justamente por isso é que continuo tendo sorte, porque acredito muito nisso. Acredito nessa energia invisível, nessa fé que move as coisas, que tudo de um jeito ou de outro acontece de forma bacana pra mim. Por mais que às vezes eu me sinta perdida e sem rumo (algo que vivi muito intensamente esse ano; fui vítima da incerteza e da inquietude), algo sempre acontece que me balança, me faz pensar. Me faz chorar e por tudo pra fora para dar espaço para que o sentimento de fé se renove mais uma vez. É porque dentro de mim, por mais complicado que pareça estar, eu tenho essa certeza que tudo melhora.
Mas eu sei, não é fácil... E tem hora que a gente desanima muito. Reeducar o pensamento é difícil mas não é impossível. Muitas vezes a gente se trai pensando numa merda gigante (e eu não tenho outra palavra pra substituir merda, neste caso), mas na hora temos que cortar o pensamento negativo para que isso não tome conta de nós. Ninguém é de ferro, temos o direito de chorar e xingar! Às vezes, o único jeito de enxergar melhor é depois de lavar os olhos com o choro da agonia.
E continuar tentando, olhar para cima e permitir que Oxalá nos traga a serenidade.

Ser positivo é acreditar que pra cada problema, existe uma solução. E não adianta ter pressa, ela vai vir na hora certa;
Ser positivo é acreditar em si mesmo e nos outros;
Ser positivo é acreditar que Deus intercede a todo momento, mas quem precisa agir quando chega a hora, é você mesmo;
Ser positivo é ver a beleza das coisas simples;
Ser positivo é cair e levantar quantas vezes for preciso;
Ser positivo é acreditar e correr atrás;
Ser positivo é ser grato.

As mudanças são claras, parece que tudo na sua vida passa a funcionar melhor. É a mudança no todo, não só naquilo que se está enfrentando. A positividade te invade por completo e passa a operar em todas as situações, mesmo quando um novo desafio surge.
É o que os Guias sempre dizem nos terreiros, é o que Oxalá está sempre irradiando. Permita que isso chegue até você. Não adianta correr terreiros atrás de uma "entidade-arranja-tudo" que vai resolver tudo para você; só a você cabe ter fé e saber que às vezes, ainda não é do seu merecimento receber o que tanto pede, mas ser grato por tudo que já conseguiu. Positividade é ter bom senso também, além de saber esperar. Você não está no comando de tudo, mas sabe que algo bom te espera.
É preciso cultivar: fé, otimismo, esperança, confiança, serenidade, paz, quietude e resiliência. Regue sempre com amor e paciência. Tenha firmeza de pensamento e mantenha acesa a chama da positividade. Cuide bem desse jardim!

Viva e deixe viver.
Saravá!

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Quem me deu a dica dessa postagem foi um Guia do Pai Pequeno de nossa casa, Exu Lúcifer. Laroyê!

sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Glossário de Umbanda: saudações e expressões

Glossário de Umbanda: saudações e expressões
Imagem: Editada com as expressões / Google
Pegando o gancho da postagem sobre Comportamento Ritual, esse post é sobre o Glossário da Umbanda. Pros iniciantes, pode parecer muito confuso e diferente os nomes e expressões usados no dia a dia do terreiro. Muitos são de origem yorubá, difundidos pelo Candomblé.
Assim sendo, deixo aqui este glossário para auxiliar no entendimento. Vamos lá!


Expressões de A a Z

Adjá: Sino de alumínio, cobre ou latão de uma, três ou cinco bocas
Agô: Licença
Agodô: Uma qualidade de Xangô
Agonjú ou Aganju: Um dos doze nomes de Xangô conhecidos no Brasil
Alguidar: Vasilha de barro onde se coloca comida votiva e outros elementos
Amalá: Comida de Santo. Também se denomina a todo ritual que o umbandista ao manipular alimento deve dispensar atenção, amor e especial carinho, fazendo por completo a Homenagem ao Orixá
Amaci/Amassi: Líquido preparado de folhas sagradas, maceradas em água. É destinado a banhar a cabeça dos médiuns
Aparelho: Designa a pessoa que serve de suporte para a “descida” da entidade do médium
Aruanda: Céu; lugar onde mora os orixás e as entidades superiores
Aruê: Saudação a Exu (Aruê- Exu ou Laroiê Exu) - termo também usado para espíritos desencarnados
Axé: Na língua iorubá, axé significa “poder”, “energia”, “força” presentes em cada ser, em cada coisa. Nas religiões afro-brasileiras, o termo representa a energia sagrada divina. O axé pode ser representado por um objeto ou um ser que será carregado com a energia dos espíritos homenageados em um ritual religioso. Dentro e fora do contexto religioso, axé é uma saudação utilizada para desejar votos de felicidade e boas energias
Babá: Termo que entra em grande número de palavras, com diferentes significados. No sentido de pai, compõe o nome de diferentes sacerdotes:Babalorixá; Babaojê; Babalaô; Babalossain; etc. Chefe feminino nos templos de umbanda; títulos de Orixá nos candomblés
Babalaô: Pai de Santo (baba, pai; aô, completo, tudo; "um pai para tudo")
Babalorixá: Chefe masculino de terreiro; Sacerdote de candomblé; ou de umbanda (a umbanda também o usa = Babalaô). Denominado popularmente “pai-de-santo”, dirige tanto o corpo administrativo como o sacerdotal. Orienta a vida espiritual da comunidade religiosa
Baixar: Incorporar
Bamba: Temível, valente
Banda: Lugar de origem de entidade
Burro: Termo usado pelos exus incorporados para designar o médium
Calunga Grande: Mar, oceano
Calunga Pequena: Cemitério
Cambono/Cambone: Auxiliar de culto, amparadores da gira
Canjira: Lugar onde são realizados algumas danças religiosas
Capangueiro: Termo usado no sentido de companheiro
Caricó: Templo, Terreiro
Carregado: Pessoa que está com má vibrações espirituais, o que é demonstrado por mal-estar, medo sem causa, etc
Caruruto: Charuto
Cavalo: Pessoa que serve de suporte para os orixás ou entidades. É o médium
Cazuá: Terreiro, templo, local, casa
Coité: Fruto do coitezeiro - seco ou partido com o meio pintado por dentro e por fora (cuia). Alguns usam coco, outros cabaça
Compadre: Designação para Exu
Congá/Gongá: A palavra gongá é de origem banto e é utilizada no ritual de Umbanda para denominar o "altar sagrado" existente dentro do terreiro. Este altar, Congá ou gongá, como é chamado, é composto de imagens de santos católicos, caboclos, pretos-velhos e outras
Curiar: Comer ou beber
Curimar: Cantar
Curimba: Conjunto de instrumentos musicais do terreiro. Os instrumentos que compõe uma curimba pode ser atabaques, tambor, agogôs, chocalhos, berimbau, violões, etc. Curimba é a orquestra de um terreiro
Curimbar: Dançar, cantando
Curumim: Do tupi Kurumí - menino
Dar Firmeza ao Terreiro: Riscar ponto na porteira, sob o altar, defumar, cantar pontos, etc. São feitas antes de uma sessão, para afastar ou impedir a entrada de más influências espirituais
Dar Passagem: Ato do Orixá ou guia deixar o médium para que outra entidade nele se incorpore
Dar passes: Até da entidade, através do médium incorporado, emitir vibrações que anulem as más influências sofridas pelos clientes, através de feitiço, olho gordo, inveja, etc. E que abrem os caminhos
Demanda: Desentendimento
Descarga: Ação de afastar do corpo de alguém ou de um ambiente, vibrações negativas ou maléficas por meio de banhos, passes, defumação, queima ou pólvora
Descarregar: Livrar alguém de vibrações maléficas ou negativas
Descer: Ato de orixá ou entidade incorporar
Desencarnar: Ato do espírito da pessoa deixar o corpo – morrer
Desenvolvimento: Aprendizado dos iniciados para melhoria de sua capacidade mediúnica; com a finalidade de incorporação de entidades
Egún: Nome genérico dos espíritos dos mortos
Encosto: Espírito de pessoas mortas. Que se junta a uma pessoa viva, conscientemente ou não, prejudicando-a com suas vibrações negativas
Encruza: Local onde habitam os exus; é o cruzamento dos caminhos, vias férreas, ruas, etc
Endá: é como os antigos chamavam os Babalorixás de Umbanda quando visitavam um outro terreiro e os ogãs puxavam a cantiga "Saravá o Endá, Saravá Oxalá e a coroa do Babá"
Engira: O mesmo que gira – trabalho – sessão
Engoma: Atabaques
Entidades: Seres espirituais na umbanda
Espíritos Obsessores: Espíritos sem nenhum desenvolvimento espiritual, que se apossam das pessoas, fazendo-as sentirem doentes, prejudicando-as em todos os sentidos
Falange: Conjunto de seres espirituais que trabalham dentro de uma mesma corrente (linha). Subdivisão das linhas de umbanda, cada uma com suas funções definidas e dirigidas por um “chefe” – espírito superior
Fechar a Gira: Encerrar uma sessão ou uma cerimônia em que tenha havido formação de corrente vibratória
Filho de Fé: Designação do médium iniciante ou não
Firmar: Concentrar-se para a incorporação
Firmar Anjo da Guarda: Fortalecer por meio de rituais especiais e oferendas de comida votivas e orixá patrono do médium
Firmar Ponto: Cantar coletivamente o ponto (cântico) determinado pela entidade que vai dirigir os trabalhos para conseguir uma concentração da corrente espiritual
Firmar Porteira: Riscar a entrada do templo, um ponto especial para protegê-lo de más influências ou fazer defumação na entrada, firmar = dar segurança
Firmeza: O mesmo que segurança, conjunto de objetos com força mística (axé); que enterrados no chão protegem um terreiro e constituem sua base espiritual
Força Espiritual: Poderes e conhecimento que um médium tem quando em transe e quando as entidades que o protege têm. Grande poder, são fortes e importante no mundo astral
Fundamentos: Leis de umbanda, suas crenças
Fundanga/Fundango: Pólvora
Ganga: A palavra Ganga, na realidade "Nganga" palavra de origem kimbundo, significa mágico, feiticeiro ou vidente. Para os angola-congolenses seria a denominação do chefe supremo, seria o mesmo que Tata ou o Grande Alufá. Era denominado com esse nome os chefes dos antigos terreiros cabindas
Gira: Sessão religiosa, com cânticos e danças para cultuar as entidades espirituais
Guia: Dois significados: Colar ritualístico especial para cada entidade. Entidade espiritual, espírito superior. Alguns são o guia protetor do templo, outros do médium. Geralmente o guia do terreiro incorpora no dirigente espiritual do templo
Guia de Cabeça/de frente: Orixá ou entidade principal do médium, seu protetor
Homem das Encruzilhadas/da Rua: Exu
Humaitá: Relativo a Ogum, sua morada
Incorporar: Entrar em transe “receber” a entidade
Jacutá: Denominação de altar. Casa do santo. No Candomblé é um título dado a Xangô que significa "lutar com as pedras"
Juremá: Na Umbanda os Caboclos vem de Aruanda, no Catimbó eles vem do Juremá. O Juremá como no nosso mundo real, é composto de aldeias, cidades e estados ou reinados. Nestes estados e cidades moram os encantados, mestres e caboclos. A Jurema é a cidade, o lugar, desse mundo espiritual
Kanzuá/Canzoá/Canzuá: Vem do kimbundo e significa literalmente cabana (cabaninha). No Brasil é uma palavra que quer dizer terreiro ou salão, onde são realizadas as cerimônias, rituais afro-brasileiros, geralmente utilizada em terreiros bantos
Karma: É a conseqüência de vidas passadas, as quais dirigem a presente e organizam as futuras encarnações
Kolofé: Um pedido de bênçãos para os Jeje e os Ketu (e Umbandas derivadas). A resposta é Kolofé Olorum (que Deus te abençoe)
Legião: Exercício de seres espirituais, o mesmo que falange. Conjunto de seres espirituais de grande evolução, conjunto de espíritos elementares (exus) em evolução
Lei da Umbanda: A crença da Umbanda e seus rituais
Linha: Faixa de vibração, dentro da corrente vibratória espiritual. Um orixá também chamado protetor e que é chefe dos seres que vibram e atuam nessa faixa. Conjunto de falanges e que se subdivide uma faixa vibratória. Conjunto de representações (corporal, dança, cores, símbolos) e rituais (comidas, bebidas, dia da semana), etc.; de cada orixá ou entidade. Conjunto de cerimônias rituais de determinado tipo. Ex. linha de umbanda, linha branca, etc
Linha Cruzada: Ritual com influência de duas ou mais procedências
Linha das Almas: Corrente vibratória que congrega os espíritos evoluídos de antigos escravos africanos
Linha de Cura: Ritual que se ocupa mais com a cura física e espiritual do adepto
Linha do Oriente: Congrega espíritos que viveram em povos do oriente
Lua (no sentido de tempo): Mês
Macaia: Folhas sagradas. Local das matas onde se reúnem os terreiros
Mandinga: Feitiço, encantamento, também praga rogada em voz alta
Manifestação: Incorporação, transe mediúnico
Maracá: Do tupi mbaraká - chocalho usado em solenidades
Marafo: Aguardente, termo muito usado pela esquerda
Matéria: Corpo, Parte material do homem, a mais afastada da pureza espiritual
Matamba: Nkisi correspondente a Yansã
Médium: Pessoa que tem a Faculdade Especial de servir de intermediário entre o mundo físico e espiritual.
Namastê: Saudação utilizada por alguns Umbandistas, significa “o Deus que habita em mim, saúda o Deus que habita em você”
Nkisis/Inkices: Divindades da nação Angola. Correspondem aos Orixás da nação Ketu
Médium: Termo do espiritismo, adotado pela Umbanda
Mironga: Segredo, mistério
Motumbá: Um pedido de bênçãos (para a nação Nagô e para as Umbandas derivadas) a resposta é Motumbá Axé
Mukuiu: Um pedido de bênçãos (para a nação Bantu e para as Umbandas derivadas) a resposta é Mukuiu NZambi (que Deus te abençoe)
Obí: Fruto de uma palmeira africana aclimatada no Brasil. Usada no candomblé e na Umbanda, onde serve de oferenda para os Orixás e é usado nas práticas divinatórias, cortado em pedaços
Ogã: Na Umbanda, os Ogãs são os tocadores de atabaques
Olorum: O Deus supremo. Força maior, que está acima de todos
Ori: Cabeça
Orixá de Cabeça/de frente: Orixá principal do médium
Pataco: Dinheiro
Pemba: Espécie de giz de diferentes cores que é usado para traçar desenhos mágico-religiosos e de caráter invocatório. E mais freqüentemente empregado nos ritos de Umbanda
Perna de Calça/Calçudo: Homem
Pito: Cachimbo
Ponteiro: Pequeno punhal utilizado em magias e diversos rituais
Ponto Cantado: Letra e melodia de cântico sagrado, diferente para cada entidade. É uma prece evocativa cantada que tem por finalidade atrair as entidades espirituais, homenageá-las. Quando chegam e despedi-las quando devem partir. Assim os pontos podem ser apenas de louvor ou cantados com finalidades rituais durante determinadas cerimônias
Ponto Riscado: Desenho formado por um conjunto de sinais cabalísticos, que riscado com pemba ajuda a chamar a entidade ao mundo terreno. Quando riscado pelo médium incorporado identifica a entidade
Porteira: Entrada do templo
Povo D’Água: Sereias
Povo da Encruza/da rua: Exus e Pombas Giras
Preceito: Determinação. Prescrição feita para ser cumprida pelos fiéis
Puxar o Ponto: Iniciar um cântico. É geralmente feito por um ogã
Quebrar demanda: É anular, desmanchar o efeito de um trabalho para prejudicar ou perturbar uma pessoa
Quiumbas: Espíritos atrasadíssimos, obsessores. São ainda mistificadores, fazendo-se passar por espíritos mais elevados. Chamados também de “rabos de encruza”
Quizila: Tabu, implicância, interdição, indisposição em relação a algo ou alguém, conjunto de proibições.
Riscar Ponto: Fazer desenhos de sinais cabalísticos que representam determinadas entidades espirituais e que possuem poderes de chamamento das mesmas ou lhe servem de identificação
Ronkó: Quarto onde estão os assentamentos dos orixás
Sambore: Também vem do Cabula e do Omolokô = samba = é pular com alegria = momento de grande energia onde as sambas do Cabula e do Omolokô - pulavam com alegria - Sambore, pemba de angola - quando risca o ponto, canta o ponto para a firmeza dos trabalhos
Sarabumba: Salve, o mesmo que Aruê
Saravá: Salve
Sincretismo: Fenômeno de identificação dos Orixás com os Santos Católicos
Tronqueira: Local destinado à ser feita a segurança primeira do terreiro e localiza-se de frente para a rua, do lado esquerdo de quem entra
Tuia: O mesmo que Fundanga, Pólvora
Tumba: É uma palavra congo-angolesa (kimbundu) que significa parente ou pessoa íntima
Tupã: O Deus supremo. O mesmo que Olorum
Virar no santo: Entrar em transe
Voduns: Divindades da nação Jeje. Correspondem aos Orixás da nação Ketu
Zambi (Nzambi): O Deus supremo. O mesmo que Tupã e Olorum


Saudação aos Orixás e Entidades

Oxalá: Epa Babá! Significado: Epa (exclamação de surpresa, grande admiração pela honrosa presença); Babá (pai) - "Salve sua honrosa presença!"
Oxóssi: Okê Arô! Significado: Autoridade, rei, que fala mais alto, ou seja salve o Rei que é aquele que fala mais alto – “Salve o grande Caçador!”
Yansã: Epahey Oyá! Significado: Epahey (saudação a um dos raios do Orixá da decisão); Oyá (nome por que é conhecida Iansã) – “Salve os majestosos ventos de Oyá!”
Ogum: Patakori! Ogum Yê! Significado: Brado que representa a força de Ogum. Pàtàki (principal); ori (cabeça) – “Muita honra em ter o mais importante dignitário do Ser Supremo em minha cabeça!”
Xangô: Kaô Kabecilê! Significado: Ká (permita-nos); wô (olhar para); Ka biyê si (Sua Alteza Real); le (complemento de cumprimento a um chefe) - “Permita-nos olhar para Vossa Alteza Real! Saudamos o senhor da Justiça!"
Yemanjá: Odofiaba/Odociaba! Odoyá! Significado: Odô (rio); fe (amada); iyàagba (senhora) – “Amada Senhora do Rio (das águas)!"
Oxum: Ora ye ye ô! Significado: “Salve a Senhora da bondade!”
Nanã Buruquê: Saluba Nanã! Significado: "Nos refugiaremos com Nanã!"
Omolu/Obaluayê: Atotô! Significado: "Silêncio! Ele está entre nós!"
Exu: Laroyê! Exu Mojubá! Significado: "Mensageiro, Exu! Meu respeito a Exu!"

Caboclos: Okê Caboclo! Significado: "Salve o grande caboclo!"
Pretos Velhos: Adorei as Almas! Significado: "Eu saúdo as Almas!"
Erês: Onibejada! Significado: "São dois! Salve as crianças!"
Baianos: Salve a Bahia! 
Marinheiros: Salve a marujada!
Boiadeiros: Xetruá! Significado: "Salve aquele que tem braço forte, pulso forte!"
Ciganos: Optchá! Significado: Palavra romani para "Salve!"
Orientais: Salve a Linha do Oriente!
Exus: Laroyê! Exu Mojubá! Significado: "Mensageiro, Exu! Meu respeito a Exu!"
Pombas Giras: Laroyê! Pombogira Mojubá! Significado: "Mensageira, Pomba Gira! Meu respeito a Pomba Gira!" 
Exus Mirins: Laroyê! Exu Mirim Mojubá! Significado: "Mensageiro, Exu Mirim! Meu respeito a Exu Mirim!"
Malandros: "Salve a malandragem!"
Sereias: "Salve o povo d'água!"


Saravá!


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Fontes: Fiz um apanhado intenso pela internet, mas a maioria dos itens dessa lista foram tirados do site do Terreiro Pai Maneco.

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Comportamento Ritual: bater cabeça e outras ações

Comportamento Ritual: bater cabeça e outras ações
Imagem: Reprodução / Google
Existe um significado por trás de todo movimento corporal que fazemos num terreiro. Ao adentrar o espaço, ao entrar na corrente, ao saudar um Orixá ou Guia, demonstrar respeito, etc. Chamamos esses movimentos corporais de Comportamento Ritual.
Os novos adeptos podem ficar meio perdidos, e mesmo os velhos adeptos podem repetir esses movimentos de forma mecânica, sem saber exatamente o que significa, embora sabendo que é um ato sagrado. Creio que aqui estejam todos, ou pelo menos os mais comuns entre os templos de Umbanda.
A titulo de curiosidade, vale saber que a maioria foi herdada do Candomblé.


Bater cabeça
Encontrado em muitas religiões, bater a cabeça no solo significa respeito, humildade, entrega e agradecimento. Na Umbanda é um ato de respeito aos Orixás e Guias daquela casa. Em algumas casas também se bate a cabeça para sacerdotes, atabaques e tronqueira.

Cruzar o solo com as mãos
Os adeptos da religião tem o hábito de cruzar o solo ao adentrar um terreiro, e isso está relacionado ao mistério da cruz. Quando se cruza o solo, você saúda o alto, o embaixo, a direita e a esquerda deste terreiro; essa força sagrada que habita ali. Ao mesmo tempo pede-se licença, é uma forma respeitosa de saudar a força sagrada que ali se encontra. Pode ser feito em outros templos também, se for possível e recebido com bons olhos.

Bater a ponta dos dedos no chão três vezes
Uma forma de saudar o triângulo de forças da direita e esquerda. Também é uma forma de pedir agô (licença).
Com a mão direita e fazendo o sinal da cruz: saudação a Pretos Velhos.
Com a mão esquerda e cruzando os dedos com as palmas viradas para o solo: saudação aos Exus.

Tocar a cabeça com a ponta dos dedos: fronte, lado direito e nuca
Saúda-se, desta forma, o Orixá de Frente, o Adjunto e o Ancestral de sua própria coroa. Batendo os dedos no chão três vezes e depois tocando os três pontos da cabeça é uma forma de saudar Omolu/Obaluayê.

Tocar a cabeça com as duas mãos fechadas na fronte e na nuca, alternando
Vem de uma antiga postura do Candomblé. Na Umbanda, toca-se a fronte e a nuca alternando, quando seu Orixá é saudado. Significa "que meu caminho seja iluminado e conduzido por (nome do seu Orixá)".
Variações incluem tocar a fronte e o lado esquerdo para Orixá feminino e tocar a fronte e o lado direito para Orixá masculino.

Bater as costas das mãos uma na outra ou no chão
Saudação à esquerda: Exu, Pomba Gira e Exu Mirim.

Bater palmas e curvar-se
Saudar, respeitosamente, um Orixá ou Guia.

Abraçar tocando os ombros
Saudar as forças da esquerda e direita, além de saudar o feminino (lado esquerdo) e masculino (lado direito). Também significa igualdade e fraternidade.

Ajoelhar-se perante o congá
Demonstra humildade e entrega; respeito e simplicidade perante Deus, Orixás e Guias.

Ficar descalço
Algo que é pedido na maioria dos terreiros quando alguém adentra a corrente. O solo de um terreiro é um local sagrado, e as solas dos sapatos carregam sujeiras diversas, não só físicas. No momento em que você toca o chão descalço para ir tomar um passe, você já está enviando energias negativas ao solo que serão transmutadas e reenviadas a você, de forma positiva e energizadora. Também representa a humildade e simplicidade da religião de Umbanda.


Saravá!

terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Umbanda, Preconceito e Minorias

Umbanda, Preconceito e Minorias
Imagem: Reprodução / Google
Ultimamente venho pensando muito nas minorias da sociedade e todo o preconceito imbecil que ainda existe e em como a Umbanda se relaciona com isso.
Sabemos que um dos princípios máximos da religião é ajudar a todos que procurarem ajuda.
Na Umbanda todos são iguais, independente de cor, gênero, orientação sexual, condição social, etc.
Mas a questão é: fazemos isso por obrigação ou realmente por amor ao próximo? E melhor, levamos isso para fora dos terreiros?

Como você se comporta no seu dia a dia?
E não pense que é exagero...
A Espiritualidade, em sua infinita sabedoria, planejou muito bem as Linhas de Trabalho de Umbanda para não só homenagear as minorias, mas ajudar na quebra do preconceito. Adianta ser um sacerdote que prega amor e igualdade e no dia a dia segregar as minorias? E claro, não apenas o sacerdote mas todos os adeptos da religião.
É como cultuar Nanã Buruquê e não ter respeito algum pelos avós.

Precisamos absorver (pra valer) os conceitos que a Umbanda nos passa. A palavra de um Preto Velho ou de qualquer entidade de Umbanda é o sussurro da Criação. Não somos perfeitos mas a empatia é necessária!
Pratique. Ponha em prática os ensinamentos!

Paz e luz!

terça-feira, 24 de novembro de 2015

Batismo de Crianças na Umbanda

Batismo de Crianças na Umbanda
Imagem: Reprodução / Erica Catarina Fotografia
O batismo de bebês e crianças é um momento sublime e de grande importância. É neste momento em que a criança recebe as bênçãos e a proteção da espiritualidade.
É importante lembrar que não somente bebês e crianças podem ser batizados desta forma, mas também adultos que desejarem ter a bênção da Umbanda e dos sagrados Orixás. 


Ritualística
1. Bater a cabeça
2. Defumação
3. Firmeza de tronqueira
4. Abertura
5. Louvação a Umbanda/Hino da Umbanda
6. Oração
7. Sacramento:
Depois de o sacerdote acomodar a família e os padrinhos, a criança é apresentada a todos os Orixás, em forma de pontos cantados. Primeiro a Oxalá, orixá maior. Depois Oxum, a yabá da maternidade e zeladora de todas as crianças. Posteriormente, todos os outros Orixás cultuados na casa e então Cosme e Damião, protetores das crianças;
A criança é consagrada com a vela (a iluminação);
Depois o pó de pemba cruza partes do corpo (simbolizando a lei de Umbanda);
O azeite cruza o chakra frontal (símbolo da proteção divina e dos quatro elementos);
O sacerdote e os padrinhos lavam o chakra coronário com a água de cachoeira;
O sacerdote batiza, os padrinhos fazem os juramentos, canta-se um ponto de batismo e a criança é apresentada aos convidados.

Local
Terreiro de Umbanda.

Elementos do ritual
Água de cachoeira, azeite consagrado, pó de pemba branca virgem e vela branca de batismo.


  • Este ritual é do pai Pedro Luís Togni, sacerdote do Grupo de Umbanda São Miguel Arcanjo, localizado em Poços de Caldas/MG.

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Linha de Sereias

Linha de Sereias
Imagem: Representação popular das Sereias. Editadas em conjunto / Google

As Sereias, também conhecidas como Povo D'Água, são elementais da água. São seres encantados que vibram no 5º Plano da Criação. Essa linha abrange Sereias, Ondinas e Ninfas, seres que habitam os mares, rios, cachoeiras, lagos e lagoas. Todas são chamadas de Sereias para facilitar.
A linha é regida por Yemanjá, mas encontramos Sereias de Yemanjá, Oxum e Nanã Buruquê, cada uma na vibração dessas iabás.
Geralmente, relacionam Sereias a Yemanjá, Ninfas a Oxum e Ondinas a Nanã, tanto que é possível notar algumas diferenças em suas manifestações.
Dizemos manifestações porque o "mecanismo" de incorporação desta linha é diferente das demais. Elas mais irradiam sua energia do que propriamente incorporam.
Possuem uma manifestação sutil e são muito leves em seus movimentos. Podem girar, dançar, ficarem sentadas ou movimentarem-se com leveza. Algumas emitem sons, que são como mantras que desagregam miasmas. Não falam.
Limpam profundamente o terreiro e trazem muita paz e tranquilidade ao médium. Possuem em si as qualidades de Yemanjá e do fator aquático: equilibram, purificam, transmitem emoções doces e promovem a geração de novas ideias.

Não devem ser confundidas, entretanto, com as Sereias das lendas. Não são seres que cantam para "levar consigo" os mais desavisados. Todos os elementais são puros e naturalmente bons, trabalham a favor do bem estar do planeta, do equilíbrio da natureza. Num terreiro de Umbanda não é diferente: quando são chamadas, prestam o bem limpando e energizando o ambiente e todas as pessoas presentes. E para chamá-las, basta cantar pontos de Yemanjá (principalmente), Oxum, Nanã e pontos da linha de Sereias.


Símbolos de representação da linha: Sereias, ondas.
Cores: Azul
Elementos de Oferenda: Elementos de Yemanjá. Flores brancas, frutas aquosas, conchas e ervas.
Pontos de Força: Mares, rios, cachoeiras, lagos e lagoas.

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sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Carta Magna de Umbanda

Carta Magna de Umbanda
Imagem: Reprodução / Google
Hoje a Carta Magna de Umbanda será promulgada na Câmara Municipal de São Paulo. É um importante passo para nossa Umbanda!
A Carta Magna é um documento, uma diretriz dos fundamentos da Umbanda. Foi escrito por diversos umbandistas nos fóruns realizados.
Como dito no site oficial do Congresso, a Carta não pretende impor ritualísticas e modos de trabalho únicos. A Umbanda é diversa e plural e continuará sendo; a carta apenas norteia os fundamentos da religião (assim como qualquer religião possuem os seus). A atualização do documento está previsto para 2017, e todos aqueles que quiserem participar, basta se inscrever no site na época em que for liberado. 

No fim dessa postagem deixei dois links. Façam a leitura!
Segue o texto da Carta:

1. Umbanda é uma religião espiritualista de doutrina afro-indígena-euro-brasileira.
2 . É uma religião monoteísta, que crê na existência de um Deus único, inteligência suprema, causa primária de todas as coisas, eterno onipotente, onipresente, soberanamente bom e justo.
3. A Umbanda crê e cultua de forma própria os Orixás Africanos sincretizados com os Santos Católicos, Guias e Mentores Espirituais que, como ministros de Deus, zelam e O auxiliam na realização de Sua obra.
4. A Umbanda crê na reencarnação e na incorporação das entidades espirituais, em vidas sucessivas, no aprimoramento espiritual e aperfeiçoamento do ser humano para conduzi-lo a Deus.
5. O espírito denominado Caboclo das Sete Encruzilhadas, incorporado no médium Zélio Fernandino de Moraes no dia 15 de novembro de 1908, em São Gonçalo das Neves / RJ – data que reconhecemos como sendo o nascimento da Umbanda - anunciou: “Com os espíritos evoluídos e adiantados aprenderemos; aos atrasados ensinaremos e a nenhum negaremos uma oportunidade de comunicação”.
6. A Umbanda considera a natureza com tudo que ela encerra como a obra máxima do Criador, sendo o altar de Deus – o lugar onde se pode com Ele conversar, porquanto, preservar a natureza é obrigação de fé de cada umbandista.
7. A Umbanda é uma religião sincrética fruto da cultura religiosa de três segmentos: branco do elemento europeu, colonizador; negro – escravizado na África para laborar na terra e o indígena que já ocupava esta terra, portanto, não admite qualquer forma de preconceito, discriminação ou intolerância.
8. A Umbanda tem liturgia e ritos próprios derivados da diversidade de raças e culturas que a fundamentam. São práticas litúrgicas umbandistas:
8.1 - A preparação e formação mediúnica e sacerdotal;
8.2 – O Batismo;
8.3 – O Casamento;
8.4 – Os Ritos Fúnebres.
9. Constituem símbolos da Umbanda:
9.1 O Hino a Umbanda;
9.2 A Bandeira da Umbanda;
9.3 O Juramento Umbandista.
10. Sendo a Umbanda a manifestação do espírito para a prática da caridade deverá sempre ser exercida sem remuneração, salvaguardada a sustentação financeira da organização religiosa.
11. O adepto da religião de Umbanda deve sempre seguir a ética religiosa e a lei dos homens.
12. Todo irmão umbandista que desejar fazer parte do corpo mediúnico de um Templo deverá prestar o “Juramento Umbandista”.
13. A Umbanda defende uma sociedade em que todas as religiões sejam igualmente respeitadas, a promoção da tolerância como princípio republicano e a preservação da educação pública laica.
14. A Umbanda será sempre uma casa de portas abertas para todos.

Justos e perfeitos, os subscritores desta, a qual estará aberta a adesões, reafirmam o compromisso permanente com o engrandecimento da Umbanda e seus valores magnos.


São Paulo, 13 de novembro de 2015.


Federação Umbandista do Grande ABC
Babalaô Ronaldo Antonio Linares

União de Tendas de Umbanda e Candomblé do Brasil
Jamil Rachid (Pai Jamil)

Federação de Umbanda e Candomblé do Estado de São Paulo
Carlos Roberto Salun (Pai Salun)

Organização Federativa de Umbanda e Candomblé do Brasil – Primado do Brasil
Presidente Maria Aparecida Naléssio 

Supremo Órgão de Umbanda e Candomblé dos Filhos de Tupinambá do Estado de São Paulo
Reinaldo dos Santos Tupinambá (Pai Reinaldo)

Associação Beneficente Paulista de Umbanda
Edson Izidro dos Anjos (Pai Edson)

Associação de Umbanda Espiritualista do Estado de São Paulo
Sandra Santos

União Regional Umbandista da Zona Oeste Grande São Paulo
Cláudio Franco de Lima (Pai Cláudio)

Federação de Umbanda e Cultos Afro-Brasileiros de Diadema
Cássio Lopes Ribeiro (Pai Cássio)

Federação de Resistência da Cultura Afro-Brasileira
Waldir Persona (Pai Valdir)

União Municipal Umbandista de Guarulhos
José Juvenal dos Santos (Ogan Juvenal)

Associação Brasileira dos Umbandistas e Candomblecistas
Marco Campos

Dr. Hédio Silva Jr., Advogado, Mestre em Direito Processual Penal e Doutor em Direito Constitucional pela PUC-SP, Consultor Jurídico da FUG "ABC"

Dra. Juliana Ogawa, membro da Comissão de Direito e Liberdade Religiosa da OAB-SP e Assessora Jurídica da AUEESP e do Primado do Brasil


AVANTE FILHOS DE FÉ! COMO NOSSA LEI NÃO HÁ!
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Fontes e Links Úteis:
Site oficial do Congresso Nacional de Umbanda
Fraternidade Espírita Cristã

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Conhecimento dos Guias Espirituais

Conhecimento dos Guias Espirituais
Imagem: Reprodução / Google
Há algumas semanas estava vendo uns vídeos do sacerdote Alan Barbieri e ele falou algo interessante sobre o conhecimento terreno dos Guias, o que me fez lembrar de algo acontecido há muito tempo no terreiro em que trabalho. Vejo que algumas pessoas ainda sentem muita dificuldade em entender coisas básicas sobre os Guias Espirituais e a Umbanda em geral, e isso acontece não só por falta de conhecimento sobre a própria religião, mas também por pura preguiça de refletir sobre. Sim, preguiça. Se acomodar com a informação que vem prontinha, sem questionar ou refletir por si próprio.
E uma coisa que eu vejo que muitos umbandistas ainda não compreendem muito bem, é quão grande o conhecimento do Guia é, e não apenas sobre a espiritualidade - conhecimento terreno também.
O que o Alan disse foi basicamente isso: o Guia entende sim de muita coisa sobre o nosso mundo atual, afinal de contas, ele precisa conhecer nossas necessidades para entender nossos desejos e angústias.
O conhecimento espiritual de um Guia pode ser muito, muito extenso. Claro que pode variar conforme grau de evolução. Sempre pensamos que um Guia de direita tem mais evolução que um Guia de esquerda, o que não é verdade; um Exu pode ter tanta evolução quanto um Caboclo, por exemplo. Os Guias, ao se tornarem entidades da Umbanda, são preparados para trabalhar conosco. Muitos já são designados para nos auxiliar em nossa evolução, especificamente. Não param de evoluir e sempre trabalham para o bem.
Mas tem um detalhe: você tem que se permitir vivenciar tudo o que o Guia quer compartilhar com você. Dê abertura. Vejo que a Umbanda não é mais a velha história de "deixa que o Guia se vira", você é tão responsável quanto ele. Você também precisa conhecer coisas, estudar e se esforçar. Abrir a cabeça e permitir que o Guia te ensine. E isso inclui o Guia dos outros, pois todo conhecimento que temos veio da Espiritualidade.
Aprenda outros ensinamentos e debata com si mesmo, com seu Guia. Veja se aquele novo ensinamento "bate" com o que teu Guia quer e espera do seu trabalho. Cada Guia tem um ponto de vista diferente e sabe o que é melhor pra você.
Sabendo disso, fica claro entender que o Guia conhece sim as coisas do meio em que vivemos; estão conosco o tempo todo. Se entendem nossas necessidades e compreendem o que é melhor pra nós em nossa vivência na terra, é porque sabem como é o mundo hoje. Nada mais natural.
Sabem o que são os carros, os computadores e diversas outras tecnologias. Já ouviram nossas músicas!
A questão é que não importa falar disso, o objetivo dos Guias em terra é outro. Basta apenas saber o que essas coisas significam para nós, porque são importantes.

Se você acha que a entidade é boba e não sabe nada do que acontece por aqui, tudo bem... Mas não limite o poder de conhecimento de um espírito. O aprendizado é eterno! Lá e aqui.

Paz e luz!

terça-feira, 3 de novembro de 2015

Dia de Finados na Umbanda

Dia de Finados na Umbanda
Imagem: Reprodução / Google
O dia de Finados vem da tradição que marca o Samhain, a passagem do ano do povo celta.
No festival do Samhain era celebrado (também) a vinda dos espíritos dos mortos para a Terra, para que visitassem seus entes queridos. E assim se tornou o dia de Finados, ou Dia de Todos os Mortos: uma forma de homenagear aqueles que um dia viveram no meio de nós.
Na Umbanda, o dia de Finados também é dia de homenagear Omolu, o Orixá curador que rege o desencarne (inclusive foi assim que Omolu ganhou fama negativa).
A morte não deve ser tratada como um tabu - é parte da natureza! Todas as coisas que nascem no universo, morrem um dia. E Omolu é o senhor das passagens de um plano para outro, de uma dimensão para outra, de um estado ou condição para outra, e mesmo do espírito para a carne e vice-versa, pois atua diretamente no processo reencarnatório, como Nanã. É um Orixá que cuida da evolução dos seres, das criaturas e das espécies. É a profundidade da terra, tudo que é gerado dela (e volta para ela). As irradiações de Omolu garantem o equilíbrio da Criação.
Junto à Omolu têm-se Yansã, que dentre outros domínios, também controla os eguns (espíritos dos mortos), mostrando o caminho a ser percorrido por aquela alma.
Desta forma, a morte nada mais é que o fim de um ciclo e o início de outro. Morremos no mundo terreno e nascemos para a espiritualidade.
O dia de Finados deve ser celebrado com saudades, sim, mas nunca com tristeza.

Paz e luz!

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Linha de Malandros

Linha de Malandros
Imagem: Malandros da Umbanda. Editadas em conjunto / Google

A Linha dos Malandros é uma linha nova, poucos terreiros trabalham com ela. Essas entidades trabalhavam (e muitas delas ainda trabalham) junto às linhas de Baiano, Exu e Pomba Gira, conforme afinidade do Guia.
Essa linha traz para dentro do ambiente Sagrado os excluídos da sociedade. Espíritos que em alguma encarnação, por conta do preconceito racial, foram considerados párias e marginalizados pela sociedade, mas que lidaram com essa adversidade sem perder sua fé, sua identidade e seu bom humor, certamente que já apresentavam um bom nível pessoal de evolução. E após desencarnarem continuaram suas evoluções, até alcançarem um Grau perante a Espiritualidade, o qual lhes permitiu voltar a Terra na condição de Guias Espirituais, para nos reconduzir ao Divino. Ao mesmo tempo, a Linha dos Malandros simboliza a aproximação dos excluídos com o Divino e ainda, para todas as pessoas, a possibilidade de uma reflexão sobre o preconceito e as exclusões sociais.
Mas, afinal, alguns se perguntam o quê um “malandro” teria para nos ensinar, qual seria a sua contribuição dentro da religião... Primeiro, cabe lembrar que não estamos falando do “malandro” no sentido vulgar da palavra. Os Espíritos que se apresentam na Umbanda dentro da Linha que corresponde ao Grau Malandro vêm nos ensinar a flexibilidade, a capacidade de adaptação diante dos obstáculos, o “jogo de cintura” e o bom humor, que se obtêm através do sentimento de fé na vida e em si mesmo e do equilíbrio das emoções, dos pensamentos e dos sentimentos. De alguma forma, em algum momento das suas existências, eles vivenciaram tudo isso e podem nos auxiliar. Os Malandros nos ensinam:
- Que a vida é feita de experiências e toda experiência visa a nos ensinar algo de positivo;
- Que não há obstáculos insuperáveis, pois isso nos condenaria à destruição, o que é inconcebível porque não há “morte” em nenhum ponto do Universo e sim, transformações que promovem renovação e evolução constantes;
- Que é preciso confiar nas Leis da Vida e manter a alegria e o bom humor, para estar em sintonia com faixas vibratórias positivas e atrair a cura espiritual, emocional, mental e física, pois todo filho de Deus é um co-criador.

Sua linguagem é altamente simbólica. Muitas vezes, eles falam conosco e comparam a vida a um jogo de cartas ou de dados:
Nesse jogo, uma jogada ruim seria um imprevisto, uma adversidade. O que não significa a perda da partida (motivo para desespero, descrença e desistência), pois a próxima jogada (a nova oportunidade, o próximo passo) poderá ser melhor, só depende de nós;
Nesse jogo, é preciso estar atento a cada passo, observando o adversário (o desafio externo, bem como os próprios pensamentos, convicções, emoções e sentimentos), para se enfrentá-lo em melhores condições e se alcançar a vitória;
A vitória pode ser a superação do obstáculo em si. Mas a grande vitória é o entendimento das causas da dificuldade e a aceitação da nossa responsabilidade por essa realidade que de algum modo criamos. O erro ensina e nos dá oportunidade de recomeçar e acertar;
No caso de uma derrota, saber esperar outra oportunidade e tentar de novo, sem nunca desistir.
Podemos virar o jogo através da persistência, da alegria e da fé no amanhã. É a valorização da vida, da própria existência, do momento atual e de cada momento.

O seu gingado, a sua musicalidade, a sua dança e a sua “malandragem” não são simples repetições das características “dos malandros do mundo”, vamos dizer assim. Esses Espíritos não estão entre nós para fazer apologia do que foram, possivelmente, em alguma encarnação, mas para nos ensinar o que é possível extrair das lições da vida. A grande “malandragem” que eles nos ensinam é como sermos flexíveis, nos desapegando e abrindo mão de ideias antigas, para nos renovarmos a cada dia; encarar a vida com leveza, sem guardar rancores e levar tudo para o campo pessoal. Não perder o humor e estragar um dia por causa de um obstáculo, por maior que pareça. Aprender com os próprios erros, para não repeti-los, pois quem anda atento na vida não vive caindo em buraco.
No aspecto social, a Linha dos Malandros simboliza a inclusão de negros, mulatos e mestiços que viviam marginalizados em nossa sociedade desde o período pós-abolição. Claro que os Espíritos que tiveram uma encarnação assim, como excluídos, continuaram evoluindo e não precisam ser incluídos em nosso meio social. Nós é que precisamos refletir sobre as exclusões que já aconteceram e ainda acontecem por aqui, baseadas em preconceitos, para não repeti-las. E só alcançaremos isso a partir de uma conduta fraterna e de respeito integral ao “outro”. Por outro lado, a presença desses Espíritos nos Terreiros de Umbanda, acolhendo a todos com sua alegria e suas magias, é um braço de atração dos mais humildes, que se identificam com essa maneira despojada de ser, despertam a autoconfiança e podem melhor se expressar e progredir. Existiria melhor exemplo de “aprender com os erros”?
Quanto à questão social, vale lembrar que a abolição da escravatura não pôs fim ao preconceito racial. Historicamente, continuou existindo em nosso país um preconceito velado em relação aos homens e mulheres de pele negra, aos mulatos e aos mestiços. Quando se fala em “malandro”, na linguagem cotidiana, a primeira ideia que nos ocorre é a do boêmio, do jogador inveterado de cartas ou de dados, do amante da noite, da música e das rodas de danças, que vivia de expedientes, carregava navalha ou faca e fugia da polícia.
O “malandro” carioca faz lembrar aquele que vivia na Lapa, que gostava de samba e passava as noites na gafieira, chegando a ser personagem de peças teatrais, de músicas e de muitas histórias. Já o “malandro” de Pernambuco vivia nas danças do coco e do xaxado, passando as noites no forró. O que eles têm em comum? Eram todos marginalizados pela sociedade, vistos como “gente à toa”. Porém, sobreviveram a esse clima adverso, vivendo sem acesso a uma boa instrução ou a bons empregos; nem sempre conseguiram, senão com muita dificuldade, dar alguma instrução aos filhos. Nem por isso perderam a alegria, o gosto pela
música e pela dança, pelo carteado, pela conversa noite adentro, de alguma forma conseguindo manter suas raízes religiosas e tradições ancestrais, dando “um jeitinho” de ser feliz.
Por trás dos arquétipos da Umbanda, vamos encontrar, na maioria das vezes, a Mão da Espiritualidade Superior a corrigir grandes equívocos e injustiças sociais e a nos fazer refletir, enquanto nos auxilia nos problemas do cotidiano. E hoje temos, na presença da Linha de Malandros, uma excelente oportunidade de refletir sobre algumas questões, em especial: primeiro, que nem tudo que parece ruim de fato o é; e segundo, que de tudo se pode extrair algo de bom e de positivo. Do que poderia ter sido uma experiência de todo ruim, esses Espíritos extraíram uma lição de flexibilidade. E aquilo que para uma sociedade hipócrita parecia ser neles um mal, era, muito ao contrário, a prova de valor de um povo que manteve fidelidade às suas raízes e não se deixou vencer pelo meio hostil. Os Malandros vêm até nós, pelas Mãos do Alto, para nos ensinar “a boa malandragem”: fazer limonada com os limões azedos que recebemos dos outros; escorregar e levantar rapidinho, sem perder a compostura e a elegância, e já sair dançando e cantando; aprender a jogar “o jogo da vida” e ser um bom parceiro de jogo, aprendendo a rir das tristezas e de si mesmo; assumir o que se é, sem hipocrisias, e fazer todo o Bem que se possa; não se prender a padrões e valores externos, mas ficar centrado em si mesmo e na sua fé.
Pensar que os Malandros podem nos ensinar tudo isso brincando, de um jeito tão despojado, é o bastante para se quebrar o velho ditado que dizia: ”de onde não se espera é que não sai nada”. Porque as aparências enganam! Então, não vamos viver de aparências e nem pelas aparências. Vamos viver a vida com Amor, Respeito e Fé. Vamos acreditar em nosso poder interior, que é Deus em nós. Vamos aprender a nos centrar e a nos conhecer intimamente, despertando nossas capacidades e valores acumulados ao longo desta e de outras encarnações e que ainda dormem dentro de nós, mas que podem ser despertados pelo nosso querer, por nossa vontade de superar as dificuldades, por nossa firme determinação de curar nossos pensamentos menos felizes e de encontrar respostas para as nossas necessidades, para enfim chegarmos a um caminho de felicidade, aqui e agora.
Nos Terreiros que adotam vestimentas características, quando incorporados em seus médiuns, os Malandros se apresentam vestidos com camisas listradas, alguns com camisas de seda, outros de terno e gravata brancos e chapéu ao estilo Panamá e às vezes de palha. Usam sapatos brancos, ou então bicolores (branco/preto; preto/vermelho) e gravata vermelha. Alguns usam cartola; outros, uma bengala (cajado). As mulheres adotam roupas diversas. Uma figura bastante conhecida dentro desta Linha é Seu Zé Pelintra. Seu Zé, como é conhecido popularmente, é uma Entidade peculiar, pois tanto se manifesta na Direita quanto na Esquerda. Como todo bom malandro, sua flexibilidade é seu ponto forte: seja como for, ele é um Guia a serviço da Luz.


Símbolos de representação da linha: Chapeu, navalha, punhais, baralho, moedas, etc.
Cores: Branco e vermelho, branco e preto, preto e vermelho.
Ferramentas: Baralho, moedas, navalhas, punhais, dados, dendê, etc.
Flores: Rosas e cravos vermelhos e brancos.
Comidas: Coco verde, lascas de rapadura, carnes, farofas, etc.
Bebidas: Aguardente, cerveja clara, cerveja escura, licores, uísque, etc.
Fumo: Charutos, cigarrilhas, fumo de corda, ervas enroladas na palha.
Pontos de Força: Ruas e encruzilhadas.
Saudação: Salve a malandragem!

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Fontes:
Adaptação do texto original postado no site Instituto Cultural Sete Porteiras do Brasil.

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Os Quatro Elementos Naturais e os Elementais - Parte 2

Os Quatro Elementos Naturais e os Elementais - Parte 2
Imagem: Reprodução/Google
Os elementais (também conhecidos como Devas) são espíritos da natureza, naturalmente puros. Não possuem forma específica já que são etéricos, mas já foram observados algumas vezes e se plasmaram para nós de uma forma que pudéssemos compreender (vide imagem).
São co-criadores de tudo que existe na natureza (exceto os animais), nada acontece sem sua interferência: desde a preparação de um solo à formação de uma rocha. São seres divinos, inteligentes e trabalhadores incansáveis. Mesmo que não possamos vê-los, estão o tempo todo trabalhando pelo nosso planeta - estão em todos os lugares.


Classificação

Elementais do Ar
Silfos, entidades de poderes mágicos que os diferem dos outros espíritos da natureza por serem de uma constituição sem forma definida, uma massa semi-sólida de substância etérea. Exemplo: Fumaça, efeitos de luz através dos pirilampos, Aurora Boreal, arco-íris, etc.
No terreiro, manifestam-se não só através dos ventos, como da fumaça dos defumadores e incensos. Movimentam as energias negativas, dissipando-as. Potencializam fluídos positivos, transportam energias para todos os cantos da casa e as pessoas presentes.

Elementais do Fogo
Salamandras, entidades diretas do fogo, que não possuem forma definida. Tem-se, quando as vemos, a impressão de uma forma fundamentalmente humana, o rosto, quando não é velado pelas chamas, é de aparência humana, mas na maior parte das vezes apresentam-se na forma de lagartixas, camaleões ou escorpiões.
No terreiro, manifestam-se através da chama das velas, na queima da pólvora, queima de materiais em alguidares, queima das ervas para defumação, etc. Queimam larvas astrais, ativam magias, energizam e fortalecem os trabalhos.

Elementais da Água
Sereias, ondinas e ninfas, que são entidades do amor, que vivem nas águas do mar, lagos, lagoas, rios e cachoeiras, semelhantes às graciosas mocinhas de cabelos longos que vemos nos mais diversos contos folclóricos. Comandam toda a fauna aquática e podem encaixar (incorporar) na forma de sereias, serpentes marinhas, gaivotas, etc.
No terreiro talvez seja o elemento mais utilizado. Possui energia altamente condutora, manifestam-se através das águas nas quartinhas, copos de firmeza dos Anjos de Guarda, batismos, etc. Realizam grande limpeza, purificação e energização do corpo astral e da casa. Equilibram e acalmam.

Elementais da Terra
Gnomos e Duendes, que são entidades que habitam as florestas e lugares desertos. Têm a forma semelhante aos anões e atuam sobre tudo e sobre todos os que habitam ou transitam nas matas e florestas, dando sinais através de Bicho de Pau, cobras e aves como a Graúna, Melro e semelhantes.
No terreiro, manifestam-se de forma muito fácil (como os silfos) porque estão presente em todos os lugares, por ser o próprio chão. Estão presentes também nos assentamentos. A razão pelo qual os médiuns trabalham descalços (e que os consulentes preferencialmente sejam atendidos descalços também) é para estar em contato direto com a terra, para que os elementais transmutem as energias negativas que o corpo envia, reenviando energias equilibradoras, regeneradoras, estabilizadoras, etc.

Elementais "Mistos"
Dragões: entidades de todos os elementos (dragões do ar, fogo, água e terra), são como divindades do Reino Elemental. Concebem a realidade elemental e sustentam os demais seres.
Unicórnios: são sentinelas, guardiões de todo o Reino.
Fadas: Alguns acreditam ser apenas do ar, outros que pertencem a todos os elementos (como os dragões). São rápidas e possuem alto poder de realização.
Elfos: São entidades em muito semelhante aos silfos, sem forma corpórea definida, pois aparecem da combinação do Ar e do Fogo sobre os metais. São beliscosos.
Avissais: São entidades que entrelaçam os elementos da terra e da água, e apresentam-se em massa disforme, porém bem densa e atuam na água e na terra.


Atuação com Orixás e Guias Espirituais
Os Orixás, como forças da natureza, são os regentes da energia elemental. Quando pedimos a Omolu que transmute, através da terra, nossos sentimentos negativos, estamos pedindo também aos elementais da terra, já que os duendes e gnomos operam junto à Omolu. E assim o é para os outros Orixás e seus respectivos elementais (silfos para Yansã, sereias para Yemanjá, salamandras para Xangô, etc).
Os Guias Espirituais também interagem com os elementais a nosso favor, seja incorporados nos terreiros (através de seus alguidares com fogo, fumos, potes com água, etc) ou na Espiritualidade atuando diretamente com eles. Tudo na natureza e na espiritualidade convive em perfeita harmonia, em suporte mútuo para o bem do planeta.


Características e Trato
Os elementais não se contaminam com dúvidas dissociativas, com egoísmo ou com inveja, como acontece com os homens, a não ser que sejam deturpados. Predominam neles inocência e ingenuidade cristalinas. Prontos a servir, acorrem solícitos ao nosso chamamento, desejosos de executar nossas ordens (de preferência, a serviço do bem maior sempre). Nunca devemos utilizá-los em tarefas menos dignas, ou a serviço de interesses mesquinhos e aviltantes. Aquilo que fizerem de errado, escravizados por nós, refluirá inevitavelmente em prejuízo de nós próprios (Lei do Karma). Além disso, devemos utilizar os seus serviços na justa medida da tarefa a executar, para que eles não se escravizem aos nossos caprichos e interesses. Nunca esqueçamos de que eles, como nós, são seres livres, são partes da Natureza e nela fazem sua evolução; e que nós mesmos para chegarmos onde hoje estamos, passamos por esse processo de evolução. Podemos convocá-los à serviço do amor e para o bem de nossos semelhantes já que, com isso, lhes aceleramos a evolução. Mas é preciso respeitá-los; as Leis Divinas devem ser observadas. Terminada a tarefa que lhes confiamos, cumpre liberá-los imediatamente, agradecendo a colaboração e pedindo a Deus que os abençoe; é de nossa inteira responsabilidade o trato com elementais e devemos fazê-lo com atenção.


Altar Elemental e Oferendas
É possível montar um altar no terreiro e em nossas casas para mantermos um maior contato com estes maravilhosos seres. Basta ter um pouco do elemento (água, vela acesa para o fogo, incenso para o ar, cristais e/ou plantas para terra). Elementos como frutas, mel, grãos, óleos, entre outros, podem ser oferendados. As cores de velas podem ser verde para terra, azul para água, vermelho para fogo e amarelo ou branco para ar.


Provas de sua Existência
Os materialistas não acreditam na existência dos Seres da Natureza alegando não serem visíveis. A invisibilidade desses seres é explicada pelo fato de serem formas etéricas, habitantes de planos energéticos com múltiplas graduações, não perceptíveis aos olhos humanos. Muitas observações mostram que os elementais usam duas formas distintas: o Corpo Astral Permanente e um veículo etérico materializado temporariamente.
As ações resultantes do seu trabalho, sim, são visíveis. Como exemplo histórico, cita-se a Comunidade de Findhorn (Escócia). Num local totalmente impróprio para a agricultura fizeram surgir, com sua orientação, flores, verduras, árvores frutíferas, etc. Na ocasião (década de 60), este fato chamou atenção das autoridades governamentais do país, que mandaram examinar o local. Nos exames foi constatada ausência de qualquer ingrediente químico e que a terra havia sido enriquecida de forma natural e inteligente. Clique aqui para ler mais sobre essa história.


Por ora, sobre este assunto, é só. Aproveite com sabedoria.
Paz e Luz!

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Site: Minha Umbanda
Curso Umbanda EAD: Seres da Natureza. Já foi ministrado antes, mas como acontece com alguns cursos, eles voltam depois de um tempo.

quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Os Quatro Elementos Naturais e os Elementais - Parte 1

Os Quatro Elementos Naturais e os Elementais - Parte 1
Imagem: Reprodução / Google
O ar, a água, o fogo e a terra compõem os quatro elementos da natureza. São a base da Criação e essenciais para a vida humana e existência do mundo. Na Umbanda, esses quatros elementos são fundamentais para a concretização de várias ações magísticas realizadas e ativadas por ela. Explicando magia:

Magia é a capacidade de transformar, mudar, alterar e modificar energias, situações e vibrações. E como todas as religiões, entre tantas outras coisas, também têm a função de mudar energias, de transformar sentidos, sentimentos e vibrações, de transmutar determinadas condensações magnéticas e modificar formas-pensamentos contrárias a qualquer sentido positivo e divino, são, portanto, magísitcas.

Vale ressaltar que Magia é a “Mãe” de todas as Ciências, pois é a manipulação e transformação da matéria, portanto, até no simples ajoelhar para rezar, de acender uma vela, de dar um passe energético, de benzer, de defumar, de bater cabeça, encontramos ações magísticas, afinal mudamos nossas energias ao manifestar tais atos.
O caso é que a Umbanda é uma religião que assume claramente sua capacidade de transformação usando potencialmente os quatros elementos, portanto tem grande capacidade de modificar qualquer situação e energia. Não é a toa que os terreiros de Umbanda estão lotados de pessoas necessitando de mudanças drásticas em suas vidas. A Umbanda é uma religião ligada essencialmente à natureza, ou seja, essencialmente aos quatros elementos da natureza, tanto é que os Orixás representam essas forças da Natureza. Assim sendo Oxum e Iemanjá manifestam a energia da água. Ogum e Xangô a energia do fogo, principalmente. Oxóssi e Yansã a energia do ar principalmente, e Omolu e Nanã a energia da terra. A Umbanda utiliza ativamente e potencialmente o éter vital ou prana desses elementos da natureza em seus rituais para transformar, transmutar, potencializar, curar e equilibrar qualquer energia. 
O éter é o fluído sagrado da vida, que se encontra em todo o cosmo; fluído essencial do Universo, que, em todas as direções, é o veículo do pensamento divino. É a substância de onde emanam todos os elementos da criação, elementais e signos.

Na Umbanda utilizamos esses elementos (pelo menos dois deles) em todos os rituais, ou seja, nos atos magísticos, nas manifestações das forças naturais dos Orixás, nos assentamentos, batismos, etc. Dessa forma, é importante saber e entender o que representam esses quatros elementos; como atuam, o que significam, o que ativam, o que realizam em nós e de que forma. É essencial saber sobre as forças e os poderes essenciais e vibracionais de cada elemento. É fundamental que os umbandistas, médiuns ou não, saibam como fazer uso de forma adequada, positiva e benéfica desses elementos, assim como entender o que os Guias de Luz estão manipulando e quais suas intenções ao acenderem uma vela (manipulação da energia Fogo), ao borrifarem água (manipulação da energia Água), ao exalarem fumaça do charuto (manipulação da energia Ar), ao colocar as mãos, as guias ou água no chão (manipulação da energia Terra), ao pedirem uma oferenda em determinados campos de força, entre tantas outras coisas. Para cada elemento temos seu elemental correspondente, a ser visto na próxima postagem.

Ar: O elemento ar pode ser ativado para desenvolver a inteligência, o lado racional, a memória e a capacidade verbal e corporal. Energia expansora e movimentadora. Lida diretamente com as questões do mental. As oferendas feitas em campos abertos, ativando a energia do ar, dilata os sete corpos e deixa a pessoa mais leve e harmonizada.
Orixás relacionados: Oxalá, Yansã, Oxóssi, Ogum.

Água: A energia da água pode estimular a intuição e ajudar a expressar os sentimentos com mais facilidade. Atua também em questões práticas, como adquirir jogo de cintura em situações complicadas e vencer a timidez. Elemento que simboliza a Vida, que alimenta, que lava (descarga fluídica) e conduz (meio condutor de fluidos). Lida diretamente com as questões emocionais. As oferendas feitas à beira d’água limpam, sutilizam e magnetizam o corpo astral.
Na Umbanda utilizamos água de mar, água de cachoeira, água mineral, água de chuva, água de rios e lagoas e água de poço. Clique aqui para ler mais sobre a atuação de cada tipo.
Orixás relacionados: Yemanjá, Oxum, Nanã.

Fogo: A vibração do elemento fogo certamente proporciona mais entusiasmo e otimismo. Potencialmente usado para transformar o sentimento de desânimo, para motivar ações nos momentos de colocar objetivos em prática. Aumenta a criatividade e bom humor. Elemento que simboliza o “espírito vivo”, a purificação e a luz, é energia purificadora e energética. Lida diretamente com as questões do destino. As oferendas feitas perto do fogo, como é no caso de fogueiras, queima miasmas, larvas astrais e energiza.
Orixás relacionados: Ogum, Xangô, Yansã, Exu.

Terra: Este elemento está ligado às conquistas materiais, à saúde e ao trabalho. Sua influência é ideal a quem busca segurança e determinação, para começar um projeto novo ou procurar emprego. Energia transformadora e curadora. Lida diretamente com as questões do físico. As oferendas feitas diretamente na terra potencializam o magnetismo mental e a concentração energética fortalecendo a vibração da pessoa.
Orixás relacionados: Omolu, Nanã, Oxóssi, Exu.


Na próxima postagem falarei detalhadamente sobre os Elementais. Até lá!

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