quarta-feira, 10 de agosto de 2016

O deslumbramento do começo da Umbanda (e alguns enganos que se estendem)

O deslumbramento do começo da Umbanda Umbanda Wiki
Imagem: Reprodução/Google
Sabe aquela empolgação e deslumbramento que a gente tem no começo da vivência na Umbanda e na mediunidade? Então... Alguns dos "maus hábitos" que adquirimos nessa fase, nos perseguem anos à fio. Já li um texto falando de guias que citava esse comportamento, mas não especificando a abrangência do negócio. Resolvi escrever sobre isso agora, já que é algo que eu acredito acontecer com pelo menos 90% dos médiuns (principalmente se o médium for jovem).
Se alguém souber ou for o autor de um texto sobre o mesmo assunto, posta aí nos comentários!

A Umbanda e a mediunidade como uma grande novidade 
Não dá pra negar: a Umbanda é cheia de surpresas. Há uma grande variedade de cores, cheiros e sons. Mesmo no terreiro mais simples, a beleza da religião encanta qualquer novato.
Os médiuns em desenvolvimento ficam ainda mais deslumbrados, pois começam a vivenciar tudo "do lado de dentro", acompanhando os rituais com muita curiosidade. Muito é pesquisado e muito é perguntado, o que é muito positivo.

Tudo é espiritual
Esse é um "problema" que acompanha até uma parcela dos médiuns e consulentes mais experientes. Desordens comuns do dia a dia passam a ser vistas como demandas enviadas por terceiros, ou mesmo vibrações negativas causadas por inveja, raiva, etc. Sim, nós sabemos que tudo isso é real e que realmente nos afeta, mas também não é assim. Uma simples dor de cabeça se torna uma demanda que necessita de velas e, quiçá, trabalhos! Claro que no começo nossa energia vai se alterando, principalmente nos médiuns em desenvolvimento - a sensibilidade aumenta e passamos a sentir (e diferenciar) energias diversas, e por ser tudo novo para a maioria, a cabeça não ajuda e logo começa a fantasiar.
Muitos de nós fomos assim! Mas o importante é desenvolver também o bom senso. Como eu disse, existem sim demandas preparadas e pessoas mal intencionadas que vibram energias negativas (o famoso "torcendo contra"), mas vamos com calma!

Compras desnecessárias e enganos
Quem nunca soltou um "É pro Guia!" ?
É preciso ir devagar, porque muito se faz em nome de uma entidade e nem sempre isso corresponde à realidade. O maior exemplo disso é a quantidade de paramentos utilizados por alguns médiuns. Julgo, sim, que na maioria das vezes isso tudo é desnecessário. Por isso que aqui mesmo no blog eu separo itens de trabalho em categorias diferentes (uma para Ferramentas e outra para Vestimentas e Paramentos). Uma ferramenta é algo necessário ao trabalho do Guia, paramento nem sempre.
Agrados podem ser oferecidos, caso a pessoa possa e queira comprá-los. Um copo bonito, um anel... Porque não? Mas acho muito tênue a linha entre o agrado e a vaidade, por isso é legal ir com calma no começo pra não comprar um monte de coisas que, no fim das contas, não serão utilizadas. Perde-se um bom dinheiro com isso.

A vaidade chega junto
É preciso ter muito cuidado com a vaidade, principalmente quando se é médium. Alguns umbandistas se acham superiores às outras pessoas por """ter acesso à informações da espiritualidade que outras pessoas não tem""", com bastante aspas. No começo da mediunidade, muitos filhos acabam achando que são super herois, dotados de poderes espirituais fantásticos.

Excesso de confiança (transferência de responsabilidade)
Esse é outro que acompanha os mais experientes também. O excesso de confiança, nesse caso, refere-se à transferência de responsabilidade. Exemplo: "ninguém rouba meu carro, meu Exu protege!".
É como tirar a responsabilidade de si e depositar na espiritualidade, ignorar aspectos materiais à que todos estamos sujeitos. Ser um adepto da Umbanda (sendo consulente ou médium) não nos torna imune à tudo que nos cerca. Temos, sim, quem nos guarda e nos protege, mas convém trancar direitinho a casa antes de dormir, certo? Fazer o seguro do carro, utilizar de meios de segurança materiais. Parece meio óbvio, mas...
É preciso reforçar: a Umbanda não faz de ninguém super heroi. A Umbanda resolve sim casos materiais, mas, novamente, a linha é tênue entre o exagero e o bom senso.

Dependência de aprovação
Perguntas como "Devo ir à festa do João?", "Devo comprar uma casa agora?", "Será que eu devo sair do meu emprego?" podem ser frequentes para algumas pessoas!
As máximas da Umbanda são as orientações e os aconselhamentos, além é claro, dos passes. Quem não gosta de ter uma boa conversa com a Entidade que tem grande afinidade e carinho e sair do terreiro bem mais leve? Muitas pessoas gostam de ouvir uma palavra amiga antes de tomar uma decisão, ainda mais de um Guia! Mas muitos médiuns e consulentes acabam "viciados" na consulta, e quase não conseguem dar um passo em frente sem antes consultar uma Entidade. A religião perde seu sentido.


A Umbanda não existe pra que fiquemos dependentes dela. Cada passo, cada escolha, é de inteira responsabilidade nossa. É o livre arbítrio.
A Umbanda existe para que manifestemos nossa espiritualidade nela, de forma livre e tranquila, para nos auxiliar em nossa evolução pessoal - nos tornarmos melhores para melhorar o mundo. Algo que eu acredito que qualquer religião deve fazer: te tornar uma pessoa melhor.

Paz e luz!

segunda-feira, 20 de junho de 2016

A importância da harmonia numa corrente mediúnica

A importância da harmonia numa corrente mediúnica Umbanda Wiki
Imagem: Reprodução/Google
O bom funcionamento de um trabalho numa casa de Umbanda depende de diversos fatores. O preparo dos médiuns, o conhecimento do ritual, as firmezas da casa, mas também a harmonia da corrente mediúnica.
E quando falo em harmonia, não falo da harmonia visual e sonora; o posicionamento dos médiuns, as vestimentas, a harmonia do canto com as palmas acompanhando o atabaque, nada disso. Embora, é claro, essa harmonia seja importante para um trabalho mais bonito e (porque não?) de maior credibilidade, mas me refiro especificamente nesta postagem à harmonia dos médiuns em comportamento e vibração.
Vamos lá!
Parece ser uma coisa óbvia pra ser discutida, mas eu acredito que a harmonia entre os médiuns auxilia E MUITO no desenvolvimento do trabalho em si, além de diminuir o desgaste energético dos próprios médiuns.

As vibrações
Eu entendo nosso campo vibratório como uma bomba de energia, e nosso humor e consciência influenciam diretamente nessa bomba (e no que ela vai emanar). E aí que "é o problema", porque se você não estiver concentrado para o trabalho que vai ocorrer, com a energia tranquila e a cabeça relaxada, você não vai cumprir seu trabalho como deveria.
Banho e defumação vai ajudar sim, mas - posso estar enganada - se você não fizer um esforcinho pra se livrar de outros pensamentos, nada disso vai adiantar.
E eu ouso dizer que ficamos muito preguiçosos, fazendo tudo no automático mesmo, achando que banho de ervas e defumação vai resolver tudo ali na hora e plim!, estaremos prontos para a gira.
Todos nós temos, sim, muitas preocupações no dia a dia. Contas a pagar, problemas no trabalho, doenças na família, conflitos, e por aí vai... Mas é preciso encontrar um jeito de se desligar de tudo isso e se jogar de corpo e alma naquilo que se está fazendo no momento, que é servir de instrumento para a caridade na Umbanda.

As desarmonias
Em qualquer corrente é possível acontecer alguma desarmonia entre membros. Membros que se conhecem fora do terreiro e possuem diferenças entre si, membros que por alguma razão brigaram dentro do terreiro mesmo, ex-namorados que frequentam a mesma casa e que terminaram o relacionamento de forma pouco amistosa, enfim... São diversas as situações. É importante, entretanto, que os membros tenham maturidade para lidar com as diferenças e entender que dentro de uma casa de Umbanda qualquer problema deve ser deixado de lado - evitar discussões e mesmo pensamentos de raiva e rancor. O dirigente deve estar atento à essas desarmonias para auxiliar no que for possível, além de orientar os filhos mais temperamentais.

Mas o que isso tem a ver com a harmonia do grupo?
O desequilíbrio de um membro da corrente altera toda a energia do grupo. Não digo desequilibrar completamente, mas altera... E todos os outros (ou ao menos os pais da casa, que são os que recebem as maiores cargas) sofrerão desgastes energéticos para manter a energia da gira equilibrada, suprindo aquela lacuna que esse membro vai abrir. Numa corrente de dez médiuns, se quatro estiverem desequilibrados, já vai dar certo trabalho pra por tudo em ordem.

E o pior é quando um dos dirigentes (ou o(a) dirigente, no caso de apenas um) estiver em desequilíbrio. Esse dirigente é responsável pela firmeza da tronqueira. Esse dirigente é responsável pela firmeza do assentamento principal. Esse dirigente é (na maioria das vezes) responsável pela defumação. Esse dirigente é o responsável pelo bom andamento da gira. E agora?
Seus filhos sofrerão diretamente o impacto desse desequilíbrio durante a gira, porque a firmeza do dirigente conta muito - ele precisa ter tudo sob controle.
Complicado, né?
Eu afirmo com segurança que qualquer dirigente sabe disso, mas é comum haver deslizes - somos humanos, afinal de contas.
Mas o que eu acredito (e isso se aplica à qualquer membro da corrente, independente de sua função), é que às vezes é preferível não trabalhar neste dia, do que "trabalhar meia-boca" e atrapalhar o andamento do trabalho.

Um Preto Velho da casa onde eu trabalho sempre diz: "se zuncê num tá bem, que bem zuncê vai fazer pro outro?"
Vá no trabalho sem o branco se for preciso, sente na frente de um Guia e se reestruture primeiro. Ou apenas fique em casa, pondo as ideias no lugar. Melhor assim!
Apenas desconfie se isso acontecer com frequência.

ORAI E VIGIAI!

sexta-feira, 13 de maio de 2016

Considerações sobre o dia 13 de Maio na Umbanda

Considerações sobre o dia 13 de Maio na Umbanda Umbanda Wiki
Imagem: Reprodução/Google
Dia 13 de Maio é o dia em que se comemora o dia das Almas (Pretos e Pretas Velhas) na Umbanda.
Essa roupagem fluídica abrange, em sua maioria, africanos que foram escravizados nas senzalas brasileiras. Junto aos Caboclos e Erês, formam a tríade da direita da Umbanda. São figuras muito importantes historicamente dentro da religião, presentes desde o seu fundamento.
São grandes benzedeiros, sábios, humildes, em geral pacientes e muito amorosos, verdadeiros psicólogos de Aruanda.
Representam, na máxima fidelidade, o poder de cura e a compaixão de Omolu e a sabedoria e amparo à evolução de Nanã, os Orixás regentes da linha (embora, é claro, cada um tenha seu Orixá regente principal, podendo variar).

Essa data foi escolhida por ter sido oficialmente a abolição da escravatura no Brasil. Dia 13 de maio de 1888 a princesa Isabel assinou a Lei Áurea, fazendo assim com que todos os escravos fossem libertos. Ainda que a lei tenha sido um marco histórico muito importante para a história do nosso país, socialmente ainda têm-se muito o que fazer; e é por isso que muitos negros não comemoram a data e alguns terreiros de Umbanda não utilizem essa data para homenagear a linha.

De acordo com o sociólogo Florestan Fernandes, após o fim da escravidão, as classes dominantes não contribuíram para a inserção dos ex-escravos no novo formato de trabalho. “Os senhores foram eximidos da responsabilidade pela manutenção e segurança dos libertos, sem que o Estado, a Igreja ou qualquer outra instituição assumisse encargos especiais, que tivessem por objeto prepará-los para o novo regime de organização da vida e do trabalho”.
Alexandre Braga, integrante da União de Negros pela Igualdade (Unegro), explica: “O 13 de maio entrou para o calendário da história do país, então não tem como negar o fato. Agora, para o movimento negro, essa data é algo a ser reelaborado, porque houve uma abolição formal, mas os negros continuaram excluídos do processo social”. E esse é um problema que se arrasta até os dias de hoje. Além das atitudes discriminatórias do dia a dia, que já se tornaram, por vezes, comuns, vale lembrar que quase todo avanço promovido pelo Governo de forma a diminuir a desigualdade e combater o preconceito racial, é distorcido e mal visto.
Apesar disso tudo, essa data sob a ótica da Umbanda é uma forma de homenagear o povo africano que resistiu, dia após dia, aos horrores que foram submetidos e ainda assim, retornam à Terra como espíritos da seara umbandista para ajudar a quem quer que seja. É preciso muito amor e evolução para superar toda a amargura vivida e se tornar um instrumento do bem maior.
Temos muito o que aprender com nossos amados Pretos Velhos.
Que reservemos esse dia para orar aos nossos amados pretos e pretas e nos conscientizar (e agir) acerca da situação do negro no Brasil, já que a grande lição da Umbanda é se utilizar de roupagens fluídicas de grupos hostilizados na sociedade para ajudar na quebra do preconceito (negros, índios, baianos e nordestinos, ciganos, boêmios, etc.).
Pra mim, mais que uma ajuda, é um tapa na cara de cada preconceituoso que adentra os terreiros de Umbanda.

Que o dia 13 de Maio seja um símbolo de uma batalha que foi vencida. Que seja um lembrete do que ainda é preciso ser feito. Que seja um dia de renovação, um sopro de ânimo, na luta que deve continuar.

Axé!

_______________

Fontes:
Site: Último Segundo sobre o porquê dos negros não comemorarem o 13 de maio

segunda-feira, 28 de março de 2016

Sexualidade e Gênero na Umbanda: Parte 2

Sexualidade e Gênero na Umbanda: Parte 2 Umbanda Wiki
Imagem: Reprodução/Google
Essa é a continuação da primeira postagem sobre sexualidade e gênero na Umbanda (para ler a primeira, clique aqui).
Apresentado os conceitos e desconstruído alguns mitos, continuo agora com explicações sobre a visão da Umbanda sobre o sexo, troca energética e o reflexo da mediunidade. Vamos lá!


Visão do Sexo na Umbanda
O sexo é tão parte da vida quanto o oxigênio que respiramos. Não é visto como algo sujo nem pecaminoso, como algumas vertentes religiosas sugerem. Se Deus nos criou assim, com a capacidade de amar e expressar nosso amor através do sexo, porquê haveria de ser errado?
Ainda que o sexo seja feito livre de emoções profundas, é importante haver respeito e consentimento de ambas as partes.
Nas palavras de Alexandre Cumino: "... podemos definir o sexo (biológico), o corpo (soma), como masculino ou feminino. O que independe da natureza do espírito, da alma (ancestral), que também é masculina ou feminina. O mais comum é que espíritos de natureza feminina encarnem em corpos de natureza feminina e que corpos de natureza masculina encarnem em corpos de natureza masculina. Mas também é possível encarnar em corpos com o sexo diferente de sua natureza, ou seja: espírito de natureza feminina encarnado em corpo masculino e espírito de natureza masculina encarnado em corpo feminino. Assim, podemos verificar que há: mulheres com natureza masculina e homens com natureza feminina. ... As pessoas não se atraem apenas por uma questão sexual de polaridade. As pessoas também são atraídas por sentimentos de afetividade, admiração e sensualidade. Muitos amam e querem trocar amor, carinho e convivência com outras pessoas, independente do sexo ou de sua natureza. Quanto aos rótulos de homossexual, homoafetivo, heterossexual, transexual e outros são apenas títulos utilizados na tentativa de classificar o comportamento humano. Para a Umbanda, o que importa é o amor, o sentimento, o carinho, a afetividade, a convivência e, claro, o respeito."


Vícios e desequilíbrios
Fazer sexo com muitas pessoas diferentes com frequência pode ser considerado um desequilíbrio. Não que seja necessariamente errado, não é. Você, e somente você, sabe o que é bom para si mesmo, você é o dono do seu corpo, e mais ninguém. Mas é sabido que cada pessoa tem uma energia diferente, cada pessoa está situada em uma faixa vibratória. Podemos nos relacionar com pessoas de faixas elevadíssimas e outras nem tanto; energias positivas e negativas. E todas essas diferentes energias nos influenciam de algum modo. Afinal, se com simples apertos de mão já ocorre troca energética, imagina em uma relação sexual!
Portanto, a única mensagem é: cautela. Estamos sujeitos até mesmo à vampiros astrais. Entregar-se à uma vivência sexual desmedida pode trazer danos à essa energia sagrada que é a energia sexual e de nossa energia como um todo;

"Sexo é energia de troca entre o fluir de dois sistemas de energia. Sexo é a troca de poder, um dando ao outro e um recebendo do outro.
Sexualidade é uma expressão que move a força sexual, que permeia e absorve, que impulsiona e acolhe, que funde e separa. É um processo de vincular, de tornar um com o outro. A mais alta expressão do ato sexual acontece quando o seu Eu Superior funde-se com o seu parceiro. A baixa expressão do ato sexual acontece quando é praticado meramente para alívio físico ou interesse que não seja o amor.
O sexo pode ligar os corpos físico, emocional, mental e espiritual num só corpo. Através dessa conexão com a sexualidade que forças profundas de sentimento dentro de nós se encontra com o Grande Espírito dentro de nós."


Preceito e mediunidade
"– Se o sexo é benéfico e divino, porque tenho de fazer preceito no dia do trabalho e nos rituais?"
Porque quando nos relacionamos sexualmente com alguém, há uma troca intensa de energia, conforme dito acima, além do desgaste físico. Não é nada relacionado à impureza, mas sim, a uma outra energia misturada à sua, por mais positiva que seja. Para os trabalhos, é recomendável que haja, sim, abstinência para que a energia do médium se afinize perfeitamente à energia do Guia. Além disso, nossa vibração estará inteiramente focada no trabalho a ser realizado, além da "cabeça estar firmada" somente nesse propósito (e não no prazer sentido, na lembrança do ato). Outro fator é o cansaço pós gira; nada de energia drenada além da conta.
Além disso, para outros rituais o preceito também se faz necessário para que os elementos envolvidos possam agir com todo o potencial, além de facilitar a transmutação feita pelas Entidades.


Amor, respeito e bom senso
Toda união deve ser pautada em amor, respeito e consentimento. Bom senso, como eu canso de dizer aqui no blog, é regra. Pedofilia e outros distúrbios sexuais são atos de violência, assim como agressões sexuais. Não correspondem à Criação, não correspondem ao Amor, ao Respeito e à Lei Divina. Nenhuma argumentação é válida para tais atos.
"O que é bom e faz bem ao ser humano é amar e ser amado de uma forma saudável. Onde, como e com quem, é da conta apenas de quem está amando, e ninguém além de você mesmo pode saber onde encontrar este amor. Todos são livres para trocar carinho e afetividade, que faz bem para a saúde emocional, psicológica, hormonal e afetiva. O amor não tem sexo, a alma tem uma natureza, mas somos todos livres para trocarmos amor com quem queiramos.
Quem ama não agride!"



Nada feito com amor e respeito pode ser mau visto. Elimine seu preconceito, discuta sobre este assunto com outras pessoas. E deixe sua opinião aqui nos comentários!

Axé!


_______________

Fontes:

- Recomendo o curso Sexualidade e Mediunidade ministrado no site Umbanda EAD. Não está disponível no momento (na data desta postagem), mas a plataforma costuma trazer cursos antigos de volta.
- Recomendo um estudo mais aprofundado sobre as questões de gênero e sexualidade.

terça-feira, 22 de março de 2016

Sexualidade e Gênero na Umbanda: Parte 1

Sexualidade e Gênero na Umbanda: Parte 1 Umbanda Wiki
Imagem: Reprodução/Google
Esse é um tema polêmico mesmo nos dias de hoje. Sabemos que a Umbanda não segrega ninguém, e isso pode se comprovar na própria Carta Magna da Umbanda, itens 7 e 14, respectivamente:
"7. A Umbanda é uma religião sincrética fruto da cultura religiosa de três segmentos: branco do elemento europeu, colonizador; negro – escravizado na África para laborar na terra e o indígena que já ocupava esta terra, portanto, não admite qualquer forma de preconceito, discriminação ou intolerância" e "14. A Umbanda será sempre uma casa de portas abertas para todos". Certo?
Mas ainda resta explicar melhor sobre as formas de identificação de gênero e as orientações sexuais. Acredito ser um assunto mais abrangente e que deve ser discutido, então venho hoje explicar esses aspectos, dentro do meu conhecimento atual (baseado apenas em leituras e conversas) amparada por textos umbandistas e educacionais. Separei em duas partes pra não ficar muito grande e cansativo. Vamos lá!


Gênero
Os gêneros feminino e masculino são muito mais do que simplesmente nascer com órgãos sexuais femininos ou masculinos. Ser mulher é se identificar como mulher, e ser homem é a mesma coisa. Quando você nasce sendo de um gênero x e se identifica com esse gênero x, tudo é mais fácil perante a sociedade, mas nem sempre é assim. Repare que aqui estamos falando apenas sobre gênero e não sexualidade.
Desta forma, temos as pessoas:

Cisgênero: significa 'do mesmo lado'. A pessoa cis é aquela que reivindica ter o mesmo gênero que o que lhe registraram quando ela nasceu. Sendo assim, a mulher cis é aquela pessoa que nasceu e foi registrada mulher e se reivindica mulher. O homem cis é aquela pessoa que nasceu e foi registrado homem e se reivindica homem.

Transgênero: significa 'além de', também é usado por muitas pessoas como abreviação para transexual e por outras para transgênero. Trans é aquela pessoa que se reivindica com um gênero diferente do que lhe registraram - há também quem diga que nesse grupo abarca-se as pessoas com papel de gênero divergente do imposto de acordo com sua identidade de gênero. A mulher trans ou transexual é aquela pessoa que nasceu e foi registrada homem porém se reconhece mulher, e vice-versa. 

Identidade de gênero não tem nada a ver com roupas e cirurgias de troca de sexo. Ser mulher e identificar-se como homem não quer dizer que esse homem sentirá atração por mulheres. Muitas vezes, o homem trans se vincula emocionalmente com homens, ainda que sua identidade de gênero seja diferente daquela identificada em seu nascimento, por exemplo.

"Ah! Mas é complicado... O que devo fazer?"
Nada. Você não precisa fazer nada. Ser cis ou trans é uma questão pessoal, você precisa apenas respeitar. No terreiro, como médium de uma corrente, você respeita, só isso. Se o Paulo se identificar como pessoa trans e quiser ser chamado de Ana, você a tratará como mulher (porque a pessoa se identifica como mulher) e usará o nome que a mulher deseja, Ana.
Você, como sacerdote, fará tudo isso e ainda tratará de romper preconceitos dentro (e fora) do seu terreiro, estudando e disseminando os conceitos corretos.
Respeito é regra na vida!

"– Eu não aceito isso em meu terreiro!"
Então você não aceita o fundamento básico da Umbanda de receber a todos sem distinção, não aceita o que aprendeu com a espiritualidade e não aceita a vida como ela é.
Você pode achar esquisito? Pode. Você pode achar confuso? Pode. Mas não pode desrespeitar essa pessoa e lhe tolher direitos, jamais. Não se esqueça que o corpo é apenas uma casca, nós não somos corpo. Somos alma.

No aspecto social, temos o sistema de preconceitos e privilégios de um sexo sobre outro, mas isso não se aplica na Umbanda, ou não deveria se aplicar. Perante a espiritualidade reina a igualdade dos gêneros; não importa se à frente de um terreiro está um homem ou uma mulher, ou ambos. Não importa se uma corrente tem mais mulheres do que homens, e vice-versa. Apenas importa o propósito pelo qual àquele terreiro foi fundado. Os fundamentos da Umbanda são respeitados? A caridade fala mais alto que a vaidade e o orgulho? Todos estão ali, em amor e respeito a Deus, Orixás e Guias Espirituais? Se a resposta for sim, está tudo certo. Não existe regra de comportamento nem subordinação da mulher cis ou trans.
Ou como eu disse, não deveria existir.
Qual é a diferença entre um Caboclo e uma Cabocla? Exu e Pomba Gira? Repare que em todas as linhas de trabalho temos os dois gêneros, o feminino e o masculino. Toda Preta Velha faz o que um Preto Velho faz. Toda Pomba Gira faz o que um Exu faz.
Aliás, a Pomba Gira é vista como o símbolo máximo do feminino e do poder de igualdade de uma mulher. A Pomba Gira surgiu como forma de resistência em uma época que a mulher era ainda mais subjugada. Perceba que a própria Umbanda planeja suas linhas de trabalho de forma a promover a igualdade e reduzir o preconceito.


Sexualidade
A sexualidade é algo que independe de gênero. A maioria das religiões pregam que um homem só deve se relacionar com uma mulher, e qualquer coisa diferente disso é pecado, é uma anomalia.
Na Umbanda, possuímos o conhecimento de que se um relacionamento é construído em cima do amor e do respeito, é válido, embora saibamos que nem todos os adeptos pensem assim. Vale notar que o sufixo correto é dade (que remete à qualidade, estado) e não ismo (que remete à doutrina, doença, sistema político). Desta forma temos:

Heterossexualidade: aquele que sente atração e afeição pelo sexo oposto.

Homossexualidade: aquele que sente atração e afeição pelo mesmo sexo (gays e lésbicas). Para o espírito Emmanuel, “a homossexualidade é a tendência do ser para a comunhão afetiva com outro ser do mesmo sexo... A "inversão‟ não é somente quanto ao relacionamento sexual. Trata-se de vínculo emocional e afetivo”.

Bissexualidade: aquele que sente atração e afeição por ambos os sexos.

Assexualidade: ausência de atração sexual, independente do sexo. O que não inclui falta de afeição. O sentimento de amor e a atração sexual não estão necessariamente associados. Por isso, da mesma forma que muitos praticam relações sexuais sem amarem seus parceiros, é possível amar alguém sem que se queira relacionar-se sexualmente com a pessoa, e é caso que ocorre muitas vezes com os assexuais.

Precisamos entender que as preferências sexuais do outro não nos diz respeito. As pessoas têm medo/raiva de uma coisa que sequer as atinge. Se você é contra as relações homossexuais, por exemplo, não se relacione com pessoas do mesmo sexo, é simples. Como falei mais acima, respeito é regra e usurpação de direito é crime. Além de que nenhuma orientação sexual define caráter e moral.
A conduta dos demais membros de um terreiro deve ser a mesma, dentro e fora do terreiro. Novamente (porquê reforçar nunca é demais): respeito é regra na vida.


Gênero e Sexualidade se escolhe?
Não. Já se nasce com uma identificação específica para um gênero (sem necessariamente corresponder com o sexo de nascimento) e uma orientação sexual.
Algumas correntes de estudo da espiritualidade afirmam que nós, antes de nascermos, além de estarmos cientes de nossa missão e de vislumbrarmos alguns aspectos de nossa vida, podemos escolher algumas particularidades visando a evolução da pessoa enquanto encarnada. Dentre elas, a sexualidade. Mas perceba que o espírito, uma vez encarnado, possui essa particularidade a lhe acompanhar por toda a vida.
E entrando no campo da lógica... Quem escolheria ser segregado, hostilizado pela sociedade, somente pelo bel prazer da polêmica? Quem sacrificaria desejos e afeições reais só para provocar o sistema? Quem escolheria sentir na pele o repúdio e a violência de uma sociedade intolerante que caminha ainda tão devagar na reforma do pensamento tradicional e patriarcal?
É só pensar.

Na próxima postagem continuamos esse assunto. Enquanto isso, deixe aí nos comentários sua opinião!
Axé!

_______________

Fontes:
- Recomendo o curso Sexualidade e Mediunidade ministrado no site Umbanda EAD. Não está disponível no momento (na data desta postagem), mas a plataforma costuma trazer cursos antigos de volta.
- Recomendo um estudo mais aprofundado sobre as questões de gênero e sexualidade.

quinta-feira, 10 de março de 2016

Vaidade Mediúnica

Vaidade Mediúnica Umbanda Wiki
Imagem: Reprodução/Google
A vaidade mediúnica está mais presente nos templos de Umbanda do que se pode imaginar. Ouso dizer que são poucos os membros de uma corrente que são completamente isentos de qualquer vaidade.  E é claro que os Guias sabem disso, não pense que eles fazem vista grossa perante nossos defeitos. Mas é como li num texto uma vez, se um Guia "expulsar" um médium de um terreiro por conta disso, talvez não sobre nenhum.
Justamente por sabermos disso é que precisamos por a mão na consciência regularmente, entender nossas ações e corrigi-las. Na Umbanda, a evolução precisa ser constante. Não importa o ritmo, o importante é ir caminhando, sempre.
Sendo assim. deixo aqui alguns questionamentos para reflexão:

– Você acha que os seus Guias são melhores do que os dos outros?
– Classifica os Guias entre "fortes" e "tranquilinhos"?
– Refere-se a seu Guia como SEU mesmo, tem posse?
– Fica bravo quando um Guia seu não faz algo que, para você, seria o certo diante de uma situação x (no caso de médiuns conscientes)?
– Sente um prazer misto de orgulho em saber que trabalha com um Guia cujo nome é conhecido na Umbanda (como Jurema, Maria Padilha, Tranca Ruas, Zé Pelintra)?
– Trata os médiuns iniciantes com desdém e/ou sarcasmo?
– Se diverte quando alguém da corrente comete um erro?
– Acha que ser filho de Ogum é melhor que ser filho de Omolu, por exemplo?
– Só tem respeito pelas entidades dos dirigentes (e não pelas entidades de qualquer pessoa)?
– Só aparece no terreiro pra trabalhar e não ajuda em quase nada (considerando que você não possui nenhuma limitação física)?
– Se sente inferior limpando o terreiro que faz parte?
– Acha que seu Guia não chama a atenção o suficiente (não "trabalha bonito")?
– Sente que seus dirigentes não lhe dão a liberdade necessária para todo o potencial que você acredita possuir?
– Quando um irmão da corrente é elogiado e você não, você se sente injustiçado e fica bravo?
– Acha que é mais evoluído porque estuda mais que outros irmãos?
– Estuda o máximo que pode mas não compartilha nada (no fundo por medo de que os outros saibam mais que você)?
– Pensa que você, que faz muito pelo seu terreiro, é mais merecedor de bênçãos que seu irmão, que, na sua opinião, faz pouco pela casa?
– Se sente poderoso por ter mediunidade?
– Se sente mais evoluído espiritualmente por ser umbandista (e médium de incorporação)?
– Acredita ser o condutor da salvação das pessoas através da religião de Umbanda?

E complementando...
É importante lembrar que a vaidade, quando exacerbada, altera o canal de comunicação e a recepção das energias dos Orixás e Guias do médium. As manifestações vão se tornando cada vez mais rasas, até o médium estar, talvez inconscientemente, praticando a mistificação; tomado pelo hábito da incorporação, sem mais sentir o mesmo que sentia antes, passa a ter o controle dos atendimentos.
Sim, a vaidade atinge mais frequentemente os médiuns iniciantes, e é normal se sentir deslumbrado com todas a novidade que a Umbanda proporciona. É aí que entra o trabalho do dirigente, que com toda a paciência e seriedade, mostrará o caminho correto para esse filho. Mas, nós bem sabemos da quantidade de médiuns experientes sendo alimentados pelo ego inflado também, anos à fio, em toda sua vida mediúnica. Não permita que a vaidade transforme sua mediunidade, uma ferramenta de evolução, em um veículo de engrandecimento do ego, da degradação espiritual.
Sejamos sempre instrumentos de caridade com humildade, respeito e muito amor. É só isso que os Orixás e Guias esperam de nós.

Orai e vigiai!

quarta-feira, 2 de março de 2016

Religião e Incoerência

Religião e Incoerência Umbanda Wiki
Imagem: Reprodução / Google
Sempre vejo umbandistas reclamando sobre a atitude de pessoas de outras religiões com relação à nossa. Também vejo umbandistas criticando outras formas de crença, desdenhando e criticando seus fieis.
Quem nunca criticou nadinha sequer sobre alguma igreja evangélica?
Quem nunca criticou dogmas da igreja católica?
Quem nunca pensou que a Umbanda é a mais correta das religiões?
Quem nunca...?

Bom, esse post vai pra todos os Umbandistas mesmo, porque acho que não escapou unzinho desses e outros questionamentos.
E eu espero que todos entendam que quando eu faço essas postagens de reflexão/"descida de lenha", eu me incluo em todas. A minha intenção é que isso também seja um tapa na minha cara, pra que eu melhore no que faço de errado e evite errar no que faço certo. 

Então vamos lá:

– Ser umbandista não te faz melhor que ninguém. Não te torna mais evoluído por ter algum conhecimento sobre a espiritualidade, não te torna mais sensato, não te torna absolutamente nada;
– Não existe religião mais correta e perfeita. Todas elas tem o propósito de religar-se à Criação, de explicar a espiritualidade com base numa crença específica e de auxiliar as pessoas em sua evolução espiritual. Do contrário é seita e talvez tenha objetivos obscuros, que não trazem nada de bom a seus seguidores;
– Existem pessoas boas e más dentro das religiões (qualquer uma). Religiosos não são automaticamente boas pessoas por conta disso;
– Pensar, então, que ateístas são más pessoas também não faz o menor sentido;
– Você deve respeitar qualquer tipo de manifestação religiosa, incluindo a não-religiosidade;
– Nem todo ateu teve uma experiência religiosa ruim, então não tente arrastá-lo para a Umbanda acreditando que ele "ainda não viu o que é bom de verdade";
– Não adianta ficar bravinho quando um evangélico critica a Umbanda se você também critica os Evangélicos;
– Em 90% dos casos nunca é o diabo e/ou a kiumba o causador de males na sua vida, mas sim consequências das escolhas que você faz;
– Não critique o uso constante da saia de uma evangélica se toda sexta feira você só veste branco em respeito a Oxalá;
– Preceitos existem em todas as religiões;
– Se alguma religião se vale de uma doutrina exigente e você não concorda com isso, está tudo bem. Vai ter alguém que concorda e viva isso, e você não tem que interferir nisso;
– Criticar o Candomblé por utilizar o sacrifício animal e consumir alimentos/vestuário de origem animal não faz sentido algum. No Candomblé, o animal é muito bem cuidado e quando sacrificado, é feito de forma limpa e da forma mais indolor possível. Todo o animal é aproveitado, sua carne alimenta a comunidade. A carne do dia a dia (bem como o leite e outros alimentos) e o vestuário de pele legítima foram produzidos de forma cruel, desumana, visando apenas o lucro das grandes corporações (uma rápida pesquisa na internet prova isso);
– Criticar quem polui o meio ambiente e fazer oferenda com garrafas, latas, potes e outros materiais não é coerente;
– A caridade não acaba no terreiro, tampouco é a única forma de fazê-la na Umbanda;
– Respeitar o livre arbítrio alheio é pra todas as horas, e não apenas nas que convém;
– Reclamar da pouca visibilidade da Umbanda e na hora da apuração do Censo ou de conversa entre amigos dizer que é de outra religião por medo ou vergonha, não ajuda em nada. A Umbanda precisa de voz, de aceitação social, de adeptos engajados na desmistificação dos conceitos criados pelos preconceituosos (por isso, também, é tão importante estudar e conhecer a nossa religião);
– Todos seremos cobrados pelos nossos erros. A Lei Maior agirá com justiça e sabedoria sobre todos, ninguém será aliviado por motivos de religião (portanto, se converter para ser salvo não adiantará muita coisa rs).


Fanáticos religiosos existem aos montes, na Umbanda não seria diferente. Façamos todos uma reforma mental; antes de julgar, devemos nos avaliar. Refletir. E como sempre, usar e abusar do bom senso!

Paz e luz!


sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Texto: Umbandista em Extinção

Texto: Umbandista em Extinção Umbanda Wiki
Imagem: Reprodução / Google
Achei esse texto no Facebook, numa página sobre Umbanda. Resolvi compartilhar aqui no blog para que se torne um lembrete para todos nós, para que nunca esqueçamos da simplicidade da Umbanda. Para que nunca esqueçamos do que é realmente importante - ter humildade.

"Se você, ao entrar em um terreiro, pede licença e saúda os assentamentos e firmezas da casa;

Se você, ao ficar diante de um Preto Velho se ajoelha e pede sua benção;

Se você, ao se afastar de um guia ou do altar, sai de costas e permanece de frente para o altar;

Se Você, ao conversar com uma entidade, se curva e abaixa o olhar em sinal de respeito;
Se você, ao tomar um passe, agradece de coração a entidade que o atendeu;
Se você, ao ganhar de um guia um gole de sua bebida, pega sempre o copo com as duas mãos;
Se você, ao ser convocado para um trabalho difícil, não se envaidece e se prepara com amor;
Se você, ao ser corrigido por seu Pai/Mãe de Santo não se enfurece, mas entende que é para sua evolução;
Se você, ao encontrar seu Pai/Mãe de Santo, toma sua benção, seja onde for;
Se você, ao cantar determinados pontos de Umbanda ainda se emociona como no início;
Se você, ao perceber um erro de alguém, não critica, mas procura orientar da forma adequada;
Se você, ao não entender um ensinamento ou doutrina, questiona, pergunta, ao invés de fingir que entendeu;
Se você, ao ouvir comentários desnecessários dentro do terreiro os ignora e não se envolve;
Se você, ao faltar em uma gira ou em algum trabalho, pede desculpas aos seus Guias por sua falta;
Se você, ao fim de um culto ou trabalho fica feliz e ansioso pelos próximos compromissos;
Se você, ao invés de priorizar as amizades com irmãos de santo, prioriza a casa que o desenvolve;
Se você, ao se sentir fraco, busca a ajuda de sua casa ao invés de se afastar dela;
Se você, ao presenciar algum problema em sua casa, não se omite e toma as devidas providências, mostrando-se atuante;
Se você, preocupa-se tanto com o seu próprio desenvolvimento quanto com o dos outros;
Se você, tem respeito e amor verdadeiro por sua casa e entende o quão é difícil em vários momentos mantê-la...

PARABÉNS POR SUA POSTURA, MAS CUIDADO, VOCÊ É UM UMBANDISTA EM EXTINÇÃO."


Autor: Divilio Fioravante Neto

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

Incorporação fora do Terreiro

Incorporação fora do Terreiro Umbanda Wiki
Imagem: Reprodução / Google
Este é mais um assunto polêmico que venho abordar. Corresponde ao que eu acredito e ao que eu já vivenciei.
A esmagadora maioria de médiuns e sacerdotes condena, absolutamente, a incorporação fora do terreiro - e quando digo fora do terreiro quero dizer fora do terreiro que se faz parte, então isso envolve também outros terreiros, além é claro, de ambientes comuns.
Uma coisa na qual me baseio pra qualquer atividade da Umbanda é bom senso, com uma boa pitada de cuidado; pra isso não é diferente.
Então vamos lá: pode incorporar fora do terreiro? Se você quiser, pode sim. Mas o mais importante a considerar é: eu preciso incorporar fora do terreiro?

Em outros terreiros
No caso de um terreiro que você está visitando, é importante averiguar a situação. Antes de mais nada, verifique se nessa casa você pode incorporar (a maioria não permite incorporações de recém chegados, o que eu concordo absolutamente). Uma coisa é quando o Guia diz para você descarregar, e então você decide se quer ou não. Se for, entretanto, um terreiro parceiro, que os sacerdotes se conhecem e executam atividades juntos, a incorporação será liberada, até mesmo os atendimentos. Isso porque os médiuns já são ativos em suas respectivas correntes e já estão acostumados aos atendimentos. Médiuns iniciantes/em desenvolvimento possuem mais limitações, e isso é para o bem da própria energia do médium (independente de qual terreiro seja).
Outra coisa é averiguar com o seu sacerdote, muitos não permitem nem as visitas a outros terreiros. Cada um tem sua forma de dirigir uma casa e suas impressões pessoais. Se você está numa corrente, é essencial levar em consideração as recomendações de seu dirigente, embora, é claro, você deva perguntar o porquê caso não possa fazer alguma coisa. Qualquer dirigente sério, responsável e transparente responde a questionamentos numa boa, e ainda incentiva que isso seja feito.
E por último, mas não menos importante... Qual a necessidade de incorporar? Consultou seus Guias, o que eles dizem sobre isso?
Eu acredito no seguinte: há casos e casos. O terreiro que faço parte é irmão/parceiro de outro terreiro, em outra cidade. Nos visitamos quando podemos, e quando isso acontece, incorporamos e atendemos. Nós temos a chance de auxiliar pessoas de outro lugar, e eles também. Confiamos uns nos outros e na seriedade do trabalho que cada terreiro executa. Se não fosse assim, provavelmente não faríamos isso.
Converse com seu dirigente, pergunte tudo o que quiser saber e saiba como tudo funciona. É a sua casa!

Em lugares comuns
Lugares comuns, nesse caso, é qualquer lugar que não seja um terreiro. E é aí que a coisa complica.
Primeira coisa a avaliar: real necessidade. Porque, principalmente no começo da vida mediúnica, a gente quer trabalhar o tempo todo, viver intensamente a Umbanda e experimentar tudo, mas nem sempre é saudável e seguro. Para tanto, você pode se valer de uma oração, um benzimento. Você, como médium, tem condições de chamar por seus Guias enquanto reza e canta, pedindo pela pessoa que precisa de ajuda. Concentre-se, reze com todo o coração. Deixe que a Entidade te guie a executar movimentos e rezas, sem, no entanto, incorporar. Conhecemos o poder da reza, das mãos que curam, de um pedido com fé. Funciona em 99% dos casos!
Mas ainda tem o 1%, e essa pequena fatia pode realmente estar precisando de um Guia incorporado, sem frescuras. Aí tem outras coisas a se considerar.
Quando é o próximo trabalho? Quase sempre dá pra esperar.
Aonde você está? Está sozinho? Se estiver acompanhado, essa pessoa está preparada para sustentar a situação? O lugar pode ser preparado, você tem ferramentas? O que vai acontecer com sua energia?
Existem muitos fatores que levam à não-incorporação.
O que eu digo sobre isso é o seguinte: eu já realizei atendimento fora do terreiro. Estou bem viva e sabia o que estava fazendo, mas ainda me questiono se era realmente necessário. 
O desgaste energético é maior, pois você não terá o amparo da egrégora de um terreiro de Umbanda. Não terá a tronqueira e o assentamento principal para te resguardar de influências negativas. Não terá o amparo de outros médiuns e cambonos caso algo dê errado. A escolha é sua.

Então, resumindo: é possível incorporar fora do terreiro? Claro.
Posso fazer isso? Se você quiser, sim.
É seguro? Nem sempre.
Mas pode haver casos especiais que necessite disso? SIM. São casos raros, mas pode acontecer sim. Então, considere bem a situação. Ficou inseguro? Então nem começa! Deixa pra atender no terreiro, que é o lugar certo.
O mais simples e correto é entrar em contato com seu dirigente, explicando o caso e pedindo ajuda. Às vezes, a pessoa pode ser deslocada para o terreiro naquele momento, com a licença, amparo e toda a firmeza de seu sacerdote. É preciso avaliar a situação, sempre.


Paz e luz!

sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Ritual Fúnebre na Umbanda

Ritual Fúnebre na Umbanda Umbanda Wiki
Imagem: Reprodução / Google
Assim como em outros rituais importantes em nossa vida, a Umbanda tem um método próprio para conduzir o ritual fúnebre de um irmão que deixa esse mundo.
Esse texto eu copio de uma publicação no site Umbanda, eu curto!, por achá-lo muito completo e explicativo, com pequenas alterações para fins de formatação. É claro que podem haver diferenças de terreiro para terreiro, cada sacerdote pode ter seu próprio modo de fazê-lo, se algum dia o fez. E digo "se o fez", porque muitos adeptos da religião de Umbanda (incluindo seus médiuns e sacerdotes), acabam recorrendo à religião católica para realizar batizados, casamentos e a encomenda do corpo. Desta forma, muitos sacerdotes nunca realizaram esses rituais, embora saibam (ou possam aprender) como realizá-los.
Segue, então, o ritual integral:

O funeral umbandista é dividido em duas partes: purificação do corpo e do espírito, que acontece somente com a presença do Sacerdote, ajudante e um parente, e depois a cerimônia social para encomenda do espírito realizada no velório e no túmulo.

Primeira Parte: Purificação (realizada ainda no necrotério, antes de vestir e preparar o corpo)
Purificação do corpo com incenso: Primeiro ato para a purificação energética do corpo físico e do espírito que na maioria das vezes ainda está próximo ao corpo. Caso não esteja, o corpo é seu endereço vibratório e onde estiver o espírito o mesmo receberá esta purificação. As ervas queimadas na brasa propagam através do ar suas qualidades purificadoras e imantadoras do espírito;

Purificação do corpo com água consagrada: É o mesmo que água benta; neste momento cria-se uma diluição de qualquer energia material ainda presente no corpo e no espírito do desencarnado;

Cruzamento com a pemba consagrada: Neste ato se faz uma cruz na testa, garganta, peito, plexo, umbigo e costas das mãos e pés para desligar qualquer iniciação ou cruzamentos feitos na encarnação desobrigando o espírito a responder aos iniciadores do plano físico, que desta forma se neutraliza;

Cruzamento com óleo de oliva consagrado: Repete o ato de cruzamento acima e também cruza o ori (coroa) para que libere do chakra coronário qualquer firmeza de forças purificando o espírito e o livrando de qualquer chamamento por alguém que se acha superior querendo prejudicar o desencarnado;

Aspergir com essências e óleos aromáticos: Aspergir todo o corpo para criar uma aura positiva e perfumada em volta do espírito, protegendo-o de qualquer entrechoque energético.



Segunda Parte: Cerimônia (realizada no velório e no enterro)

Apresentação do Falecido: Alguma pessoa escolhida irá ministrar algumas palavras positivas sobre a vida e a pessoa do desencarnado;

Palavras sobre a missão do espírito que desencarna: Explicações do Sacerdote sobre a vida eterna e o conceito de pós-morte;

Prece ao Divino Criador Olorum (Deus);

Canto a Oxalá: O Sacerdote com a Curimba entoa uma música em louvor a Oxalá, caso o desencarnado seja umbandista;

Hino da Umbanda;

Canto a Obaluayê: O Orixá das passagens é louvado para que receba e encaminhe o desencarnado;

Canto ao Orixá Regente do desencarnado: Caso seja umbandista;

Despedida dos presentes na cerimônia: Os presentes se despedem do falecido;

Fechamento do Caixão;

Transporte do corpo ao cemitério;

Enterro do corpo: Após o caixão ser colocado na cova, o Sacerdote assopra uma fina camada de pó de pemba consagrada para proteção etérica do desencarnado e após isto se cobre com a terra;

Cruzamento da cova onde o falecido foi enterrado: Após o túmulo ser fechado, o Sacerdote cerca o mesmo com pó de pemba criando um círculo protetor à sua volta e acende quatro velas brancas formando uma cruz, sendo uma na cabeça do tumulo, outra no pé, outra na esquerda e outra na direita. Este procedimento é para garantir a proteção do corpo e do espírito para que não seja profanado por espíritos malignos.


Vale lembrar que embora sintamos saudades e estejamos tristes pela partida de um ente querido, devemos nos lembrar que esse é apenas o final de um ciclo e o início de outro. O espírito desse irmão necessita saber que seus entes queridos estarão bem após sua partida, para que ele próprio possa completar sua passagem de forma tranquila.

Comentários explicando sobre outras ritualísticas serão muito bem vindos, compartilhe conosco!
Saravá!

_______________

Fontes:

segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Tatuagens na Umbanda

Tatuagens na Umbanda Umbanda Wiki
Imagem: Reprodução / Google
As tatuagens são, hoje em dia, muito populares mas ainda dividem opiniões; e as religiões são geralmente as principais responsáveis pela proibição.
É reconhecido de que já na pré-história existiam indícios da existência de povos que cobriam o corpo com desenhos. Os antigos guerreiros tinham nas cicatrizes motivos de orgulho e honra, já que era um sinal de força e vitória - e assim o homem passou a desenvolver formas de tatuagem (com tintas vegetais) para a marcação voluntária de seu corpo como forma de identificação. Cristãos possuíam símbolos que os identificavam, assim como guerreiros e grupos de qualquer finalidade. Mesmo escravos e prisioneiros eram marcados para que seus senhores os reconhecessem.
Obviamente, o sentido da tatuagem foi se modificando e hoje em dia já não é mau visto como antigamente (embora ainda haja rejeição por parte da sociedade), pois deixou de ser vista como algo sujo e que remeta à criminalidade. Hoje as tatuagens são utilizadas para expressão pessoal, e grande parte são verdadeiras obras de arte. 
Como dito, muitas religiões proíbem seus adeptos, como o Cristianismo em geral. Não é o caso da Umbanda, do Candomblé e de muitas religiões indígenas (que inclusive utilizam a pintura corporal como parte da ritualística e identificação da hierarquia de seus adeptos).
A Umbanda, por si só, não proíbe ninguém de absolutamente nada. O que pode haver é a opinião de um sacerdote, que possa, através de suas impressões pessoais, orientar seus filhos a não fazer determinada coisa - mas aí é necessário explicar o porquê e jamais proibir - no final, sempre existirá o livre arbítrio.
Desta forma, não há motivos dentro da religião de Umbanda para que a tatuagem seja proibida; cada um faz se assim quiser. Seu corpo é seu templo, é a morada de seu espírito, então apenas você sabe o que é bom para si, e só a ti pertence o direito de fazer com ele o que bem entender - em todos os sentidos. 

A Umbanda não faz objeções para desenhos de qualquer espécie - muitas vezes eternizamos em nossa pele o amor por um livro, filme, série, banda, time de futebol ou qualquer outro elemento terreno. O mesmo ocorre para as homenagens a Orixás (como a tatuagem de Yemanjá desta postagem), Guias e outros símbolos de nossa religião. O que necessita de cuidado e bom senso são os pontos riscados e símbolos/selos sagrados em geral; se é algo indicado e que existe uma explicação bem fundamentada para tal, se é para fins de proteção ou por outro motivo que, de qualquer forma, será feito com grande respeito.
E é bom lembrar que os pontos riscados da Umbanda são portais - evocam energias para os mais diversos fins. Por mais que sejam benéficos, riscá-los deliberadamente pode trazer complicações para controla-los.
É preciso tomar cuidado também com símbolos mágicos de natureza obscura. A primeira vista são muito legais, mas seu verdadeiro significado pode trazer complicações para a vida de quem as têm cravado em si. Nós Umbandistas bem sabemos o poder de um símbolo, certo?
Por isso é importante pesquisar a fundo sobre um símbolo antes de tatuá-lo em nosso corpo. Bom senso é regra na vida.

No mais, a coisa é bem simples: se te causar desconforto e/ou constrangimento, não faça. Se você quiser e se sentir feliz, faça!
Saravá!

_______________ 

Fontes:

terça-feira, 5 de janeiro de 2016

Sacerdotes de Umbanda

Sacerdotes de Umbanda Umbanda Wiki
Imagem: Zilméa e Zélia, filhas carnais e sucessoras de Zélio
de Moraes. Editada com enquadramento / TENSP 
Muito se diz sobre sacerdotes na Umbanda.
Já vi coisas muito estranhas sobre sacerdotes e sacerdotisas, pessoas que se acham acima do bem e do mal e tem seus estranhos atos justificados pela função que a espiritualidade lhe conferiu.
CALMA LÁ!

Sacerdotisa e sacerdote, mãe e pai de santo, yalorixá e babalorixá, dirigentes, enfim. Os responsáveis pela casa são médiuns experientes dentro da religião que foram preparados para este fim, possivelmente porque demonstraram interesse em se tornar pai/mãe e principalmente, porque a espiritualidade já o vem preparando pois o sacerdócio é parte de sua missão na religião.
E nem vou citar os pseudo-sacerdotes que cobram por atendimento, intimidam e fazem mau aos outros porque isso não corresponde à religião de Umbanda.

O coroamento do médium
O coroamento acontece quando a espiritualidade permite, geralmente após sete anos de trabalho de incorporação ativa na Umbanda. O médium já foi batizado e já passou por outros rituais da casa a qual faz parte. Já aprendeu muita coisa e continua aprendendo. Absorve diariamente os ensinamentos de seus sacerdotes e procura aprender sempre mais.
O coroamento é um ritual que, conforme varia de casa a casa, torna apto aquele médium de assumir a liderança de uma casa já existente ou uma que ele próprio irá abrir.
Existem sim sacerdotes que não foram coroados por um outro sacerdote ou sacerdotisa, mas possuem os atributos necessários e principalmente, foram abençoados pela espiritualidade. Fazem um trabalho sério da mesma forma que os coroados.
A diferença é que com o coroamento, o médium tem sua coroa mediúnica mais bem protegida (o que o não-coroado também terá com o tempo), tem a bênção e o preparo direto de seus Orixás e Guias e o próprio médium se sente mais confiante, além de ter sido orientado por um sacerdote/sacerdotisa experiente sobre o dia a dia do terreiro, rituais e outras preparações. Além de outras etapas que eu ainda não conheço pessoalmente, mas sei que são essenciais.


Características de um dirigente
Tal como no mundo dos negócios, a Umbanda não permite mais "chefes", e sim líderes. Pais e mães que respondem um questionamento com "porque sim" já não são mais vistos com bons olhos. Um bom sacerdote está sempre aprendendo com a espiritualidade para passar a informação pra frente. Dirigentes que fazem segredo com rituais, não explicam nada e somente mandam estão sendo deixados por seus filhos.
Um bom dirigente:

- É proativo, sabe que um médium ou adepto da Umbanda nunca pára de aprender, então busca, por si próprio, se reciclar. Revisa antigos conceitos, aprimora rituais e aprende coisas novas;
- É humilde, respeita a vontade da espiritualidade e reconhece outros sacerdotes como iguais;
- Sabe que independente da hierarquia do terreiro, cada filho merece ser tratado com igual amor e respeito, e a todos dedica igual atenção;
- Segue à risca o que foi dito pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas: aprende com os que sabem mais e ensina os que sabem menos. Não tem medo de compartilhar seus conhecimentos;
- Está sempre disposto a sanar dúvidas de seus filhos e da comunidade umbandista em geral, e se não sabe a resposta do que foi perguntado, busca entender para poder enriquecer seu conhecimento e para poder responder de forma correta a quem perguntou;
- É humano e como tal, imperfeito. Mas busca viver a vida de forma a ser um exemplo para seus filhos;
- Pratica a Umbanda dentro e fora do terreiro;
- Possui compaixão e empatia, está ao lado de seus filhos não só na vivência umbandista, mas também nos problemas da vida;
- Sempre cumpre com sua palavra;
- É responsável e sério com os rituais de sua casa. Sabe que cuidar da mediunidade de outra pessoa, auxiliando-a a desenvolver e ter controle para caminhar por si só, é algo delicado;
- Sabe que ser pai/mãe é algo que transcende seu terreiro. Mesmo que seu filho seja coroado e abra sua própria casa, você sempre estará por perto para quando seu filho precisar, e aprenderá com ele;
- É o primeiro a chegar na casa e o último a sair. Não se sente diminuído por limpar o chão e não se envaidece quando seus filhos pedem a sua bênção;
- É responsável e sério com sua religião.


Cursos online e estudos presenciais
São úteis e de grande ajuda. Eu apoio os cursos online e os estudos presenciais, pois o estudo na Umbanda (seja ele da forma que for) é essencial. Mas é importante frisar que cursos de sacerdócio e outros cursos específicos NÃO FORMAM sacerdotes aptos a comandarem uma casa. Somente a experiência aliada ao conhecimento com a permissão da espiritualidade é que torna o médium um dirigente.
Certificados de cursos não valem de absolutamente nada para a espiritualidade.


Papel social e limitações
Ao contrário dos sacerdotes católicos que não podem se casar e possuem diversas outras limitações, os sacerdotes umbandistas possuem uma vida absolutamente normal. Se casam e tem filhos se quiserem, trabalham com o que preferir e vivem a vida conforme sua verdade, podendo tomar uma cervejinha no fim de semana e frequentando festas como qualquer outra pessoa. Assim como os adeptos da religião, sua cor, sexo, orientação sexual, condição financeira e social e preferências pessoais pouco importam para se tornar um dirigente - basta ter amor, responsabilidade, comprometimento e preparo.
O dirigente deve, no entanto, por em prática os ensinamentos de sua religião e ser um agente vivo daquilo que prega. Sempre.

Salve a coroa de todos os dirigentes da Umbanda!
Saravá!
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...