sexta-feira, 13 de maio de 2016

Considerações sobre o dia 13 de Maio na Umbanda

Considerações sobre o dia 13 de Maio na Umbanda Umbanda Wiki
Imagem: Reprodução/Google
Dia 13 de Maio é o dia em que se comemora o dia das Almas (Pretos e Pretas Velhas) na Umbanda.
Essa roupagem fluídica abrange, em sua maioria, africanos que foram escravizados nas senzalas brasileiras. Junto aos Caboclos e Erês, formam a tríade da direita da Umbanda. São figuras muito importantes historicamente dentro da religião, presentes desde o seu fundamento.
São grandes benzedeiros, sábios, humildes, em geral pacientes e muito amorosos, verdadeiros psicólogos de Aruanda.
Representam, na máxima fidelidade, o poder de cura e a compaixão de Omolu e a sabedoria e amparo à evolução de Nanã, os Orixás regentes da linha (embora, é claro, cada um tenha seu Orixá regente principal, podendo variar).

Essa data foi escolhida por ter sido oficialmente a abolição da escravatura no Brasil. Dia 13 de maio de 1888 a princesa Isabel assinou a Lei Áurea, fazendo assim com que todos os escravos fossem libertos. Ainda que a lei tenha sido um marco histórico muito importante para a história do nosso país, socialmente ainda têm-se muito o que fazer; e é por isso que muitos negros não comemoram a data e alguns terreiros de Umbanda não utilizem essa data para homenagear a linha.

De acordo com o sociólogo Florestan Fernandes, após o fim da escravidão, as classes dominantes não contribuíram para a inserção dos ex-escravos no novo formato de trabalho. “Os senhores foram eximidos da responsabilidade pela manutenção e segurança dos libertos, sem que o Estado, a Igreja ou qualquer outra instituição assumisse encargos especiais, que tivessem por objeto prepará-los para o novo regime de organização da vida e do trabalho”.
Alexandre Braga, integrante da União de Negros pela Igualdade (Unegro), explica: “O 13 de maio entrou para o calendário da história do país, então não tem como negar o fato. Agora, para o movimento negro, essa data é algo a ser reelaborado, porque houve uma abolição formal, mas os negros continuaram excluídos do processo social”. E esse é um problema que se arrasta até os dias de hoje. Além das atitudes discriminatórias do dia a dia, que já se tornaram, por vezes, comuns, vale lembrar que quase todo avanço promovido pelo Governo de forma a diminuir a desigualdade e combater o preconceito racial, é distorcido e mal visto.
Apesar disso tudo, essa data sob a ótica da Umbanda é uma forma de homenagear o povo africano que resistiu, dia após dia, aos horrores que foram submetidos e ainda assim, retornam à Terra como espíritos da seara umbandista para ajudar a quem quer que seja. É preciso muito amor e evolução para superar toda a amargura vivida e se tornar um instrumento do bem maior.
Temos muito o que aprender com nossos amados Pretos Velhos.
Que reservemos esse dia para orar aos nossos amados pretos e pretas e nos conscientizar (e agir) acerca da situação do negro no Brasil, já que a grande lição da Umbanda é se utilizar de roupagens fluídicas de grupos hostilizados na sociedade para ajudar na quebra do preconceito (negros, índios, baianos e nordestinos, ciganos, boêmios, etc.).
Pra mim, mais que uma ajuda, é um tapa na cara de cada preconceituoso que adentra os terreiros de Umbanda.

Que o dia 13 de Maio seja um símbolo de uma batalha que foi vencida. Que seja um lembrete do que ainda é preciso ser feito. Que seja um dia de renovação, um sopro de ânimo, na luta que deve continuar.

Axé!

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Fontes:
Site: Último Segundo sobre o porquê dos negros não comemorarem o 13 de maio
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