sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Curimba na Umbanda

Curimba na Umbanda
Imagem: Reprodução / Google
A Curimba, na Umbanda e no Candomblé, é a junção dos instrumentos de percussão e o canto ritualístico para os rituais da religião. O mais comum na Umbanda são os atabaques junto aos pontos cantados (ou somente os pontos cantados), mas vários terreiros ainda utilizam agogô, afoxé, chocalho, pandeiro, entre outros.
Muito mais que simplesmente fazer música, a Curimba é um elemento importantíssimo para a sustentação da energia dos trabalhos.


Pontos Cantados
São cantados na forma de saudar os Orixás e as entidades manifestadas durante a execução das giras. O ponto representa uma oração, um pedido de proteção, abertura de caminhos, louvação e assim por diante. São poderosas ferramentas para a firmeza de pensamento, ou seja, ajudam os médiuns a entrarem em transe e incorporarem suas entidades, além de ajudar na concentração que é necessária para o bom andamento de um trabalho espiritual. O ponto cantado unido ao toque correto é que chamamos as entidades. O som produzido sustenta a vibração e representa um elo energético entre a falange atuante e a gira do terreiro.
Têm-se pontos para todos os momentos, como abertura de gira, batimento de cabeça, chamada e partida de Guias espirituais, chamada e louvação a Orixás, defumação, descarrego, firmeza de energia, fechamento, etc.

Atabaques
O atabaque é um instrumento de percussão originário da África, trazido ao Brasil pelos negros. No Candomblé os atabaques são tocados geralmente com baquetas, na Umbanda com as mãos. É feito de madeira, ferragens e couro de animal. São tocados por médiuns (homens ou mulheres) seriamente preparados para tal fim. Existem três tipos:
Rum: é o mais alto e de som grave, tocado pelo ogã chefe. O Rum é responsável pela puxada de pontos, repiques e dobras de toque. 
Rumpi: de estatura média e som mais baixo que o Rum, o Rumpi "responde" ao Rum.
Lê: é o menor e de som agudo, geralmente tocado pelos ogãs iniciantes. Acompanham o Rumpi. 

O atabaque, mais que um instrumento musical, é um instrumento sagrado de comunicação com os Orixás. É usado para invocar Orixás e Guias, firmando a gira com uma energia e vibração únicas com seus mais diversos tipos de toques. Quem toca atabaque pode ser chamado de Ogã (Ogan) ou Atabaqueiro. O instrumento é abençoado pelos Orixás e Guias da casa, sendo consagrado especificamente para este fim.
Seus cuidados incluem hidratação do couro, manutenção da madeira e das ferragens. Sua decoração pode variar de acordo com as giras, mas pode ser enfeitado com panos e fitas, de acordo com o fundamento da casa. Somente o Ogã o toca e é preciso ter muito respeito.

Membros da Curimba
Nas casas em que o grupo da Curimba é bem estruturado e tem seus membros fixos, têm-se os Ogãs e médiuns que cantam os pontos e talvez façam uso de outro instrumento (como o agogô). É necessário que seja um grupo harmonioso e unido, pois são responsáveis por toda a vibração do terreiro.
Os Ogãs são mais do que "médiuns que não incorporam" - são médiuns que escolhem dedicar-se totalmente à Curimba, aprendendo os mais diversos toques, sabendo quando usá-los e com quais pontos. É um médium intuitivo, conhecedor dos fundamentos da religião e muito responsável. Deve ser muito respeitado dentro do terreiro.

Entendendo o processo do canto e toque
As ondas energéticas sonoras emitidas pela curimba, tomam todo o templo e dissolvem negatividades, diluindo miasmas, larvas astrais, limpando e criando toda uma atmosfera psíquica com condições ideais para a realização das práticas espirituais. A curimba transforma-se em um verdadeiro polo irradiador de energia dentro do terreiro, potencializando ainda mais as vibrações dos Orixás.
Claro que os Guias não são invocados somente pelos atabaques como muitos dizem; todos já se encontram no espaço do terreiro antes mesmo do começo dos trabalhos. A curimba não funciona como um "telefone", mas sim como uma sustentadora da manifestação dos Guias. O que realmente invoca os Guias e os Orixás são os nossos pensamentos e sentimentos positivos, em que todos se concentram cantando e batendo palmas.

Salve o ponto!

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