Imagem: Reprodução / Google |
A roupa branca, muito usada nos terreiros, tem seu próprio fundamento como todos os outros elementos. Tem-se terreiros que se utilizam ainda de outras vestimentas para determinadas linhas, além de paramentos diversos.
Alguns terreiros são extremamente rígidos com a cor branca e não permitem que outra vestimenta e paramento seja usado; outros que algumas vestimentas e paramentos mais simples podem ser adequados (como a cor da calça que as mulheres muitas vezes utilizam por baixo da saia branca), sem deixar de usar o branco no dia a dia e se valer da simplicidade, e temos ainda os terreiros que utilizam o branco juntamente a vestimentas e paramentos diversos de cada linha e entidade, sem grandes problemas.
Explicarei primeiro sobre a vestimenta branca (texto adaptado do original que corre as páginas de Umbanda sem ter um autor reconhecido) e depois sobre as demais vestimentas e paramentos.
O uso do branco
Em 15 de novembro de 1908, data da anunciação da Umbanda no plano físico e também ocasião em que foi fundado o primeiro templo de Umbanda, Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade, o espírito Caboclo das Sete Encruzilhadas, entidade anunciadora da nova religião, ao fixar as bases e diretrizes do segmento religioso, expôs, dentre outras coisas, que todos os sacerdotes e médiuns utilizariam roupas brancas. Mas, por quê? Teria sido uma orientação aleatória, ou o reflexo de um profundo conhecimento mítico, místico, científico e religioso da cor branca?
Em 15 de novembro de 1908, data da anunciação da Umbanda no plano físico e também ocasião em que foi fundado o primeiro templo de Umbanda, Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade, o espírito Caboclo das Sete Encruzilhadas, entidade anunciadora da nova religião, ao fixar as bases e diretrizes do segmento religioso, expôs, dentre outras coisas, que todos os sacerdotes e médiuns utilizariam roupas brancas. Mas, por quê? Teria sido uma orientação aleatória, ou o reflexo de um profundo conhecimento mítico, místico, científico e religioso da cor branca?
A cor branca contém em si todas as demais cores existentes, todas as cores das Sete Linhas da Umbanda. Branco é a cor de Oxalá, o Orixá Maior irradiador da fé, da paz, da sabedoria e serenidade. A roupa branca transmite a sensação de assepsia, calma, paz espiritual, serenidade e outros valores elevados.
A roupa branca usada pelos médiuns não dará oportunidade às pessoas que adentram um terreiro de saber qual o nível social, cultural e intelectual dos médiuns que fazem parte do mesmo, pois o branco significa IGUALDADE. Essa roupa branca é a vestimenta para a qual devemos dispensar muito carinho e cuidado. Devem ser conservadas limpas e bem cuidadas, devem estar sempre longe do contato direto com as forças deletérias; devem estar dentro do vestiário do terreiro ou em casa sendo lavadas. Quando essas roupas ficam velhas e/ou estragadas, jamais se deve jogar fora ou dar sem nenhum procedimento. Deverá ser lavada de forma específica para que as energias anteriores se desprendam, de modo a se tornar uma roupa comum e então, ser descartada.
No decorrer de toda a história da Humanidade, a cor branca aparece como um dos maiores símbolos de unidade e fraternidade já utilizados. Nas antigas ordens religiosas do continente asiático, encontramos a citada cor como representação de elevada sabedoria e alto grau de espiritualidade superior. As ordens iniciáticas utilizavam insígnias de cor branca; os brâmanes tinham como símbolo o Branco, que se exteriorizava em seus vestuário e estandartes. Os antigos druidas tinham na cor branca um de seus principais elos do material para o espiritual, do tangível para o intangível. Os Magos Brancos da antiga Índia eram assim chamados porque utilizavam a magia para fins positivos, e também porque suas vestes sacerdotais eram constituídas de túnicas e capuzes brancos. O próprio Cristo Jesus, ao tempo de sua missão terrena, utilizava túnicas de tecido branco nas peregrinações e pregações que fazia.
A implantação desta cor em nossa religião não foi fruto de opção aleatória, mas sim pautada em seguro e inequívoco conhecimento de quem teve a missão de anunciar a Umbanda. Deve ser usado sempre!
Outras cores e vestimentas
Às vezes é necessário usar uma peça de outra cor para determinado trabalho, mas geralmente este pedido é feito pelos Guias e também aí existe um fundamento. Nós temos uma simbologia de cores na Umbanda no que se refere aos Orixás (azul escuro para Ogum, verde para Oxóssi, azul claro para Yemanjá, etc.) e muitas vezes, o pedido da cor vem daí. Não podemos nos esquecer também do Orixá Exu e dos Exus e Pombas Giras, tendo as cores preta e vermelha em suas representações, sendo a cor preta representando a absorção de energia e a cor vermelha a vitalização.
Às vezes é necessário usar uma peça de outra cor para determinado trabalho, mas geralmente este pedido é feito pelos Guias e também aí existe um fundamento. Nós temos uma simbologia de cores na Umbanda no que se refere aos Orixás (azul escuro para Ogum, verde para Oxóssi, azul claro para Yemanjá, etc.) e muitas vezes, o pedido da cor vem daí. Não podemos nos esquecer também do Orixá Exu e dos Exus e Pombas Giras, tendo as cores preta e vermelha em suas representações, sendo a cor preta representando a absorção de energia e a cor vermelha a vitalização.
É por isso que vemos Pombas Giras incorporadas com saias preta e vermelhas, Exus incorporados com calças e/ou camisas pretas, etc.
Paramentos
Os paramentos são os acessórios utilizados pelos médiuns, como chapeus, capas, cocares, lenços, baralhos, almofadas, bonés, pulseiras, brincos, etc.
Muitas vezes os paramentos são confundidos com ferramentas, mas seus fundamentos são diferentes (e principalmente a necessidade de um e de outro). Falarei sobre ferramentas em outra postagem!
Os paramentos causam polêmica sobre a real necessidade no trabalho de um Guia.
Bom senso e necessidade
Como tudo na Umbanda, não existe um padrão e cada terreiro pode instituir uma regra: usar ou não outras cores, vestimentas e paramentos.
E como tudo na vida, ter bom senso e observar a real necessidade de se obter um item de trabalho. O Guia precisa de paramentos para executar seu trabalho?
Alguns terreiros são mais flexíveis com seu uso, outros menos. Acredito que um ou outro paramento não faz mal nenhum, muitas vezes o Guia o utiliza por um significado, basta o médium se comunicar com seu Guia para entender os motivos e então decidir se comprará o item ou não.
O que causa polêmica (com razão) é o exagero das vestimentas e paramentos: muitos médiuns se tornam carnavalescos com penas, plumas, corpetes e mais uma infinidade de tecidos e acessórios... E é aí que entra a vaidade do médium, pois tenho certeza, nenhum Guia verdadeiro pede muito mais do que o necessário para a execução de seu trabalho.
Médiuns vaidosos assim geralmente exageram não somente nas vestimentas e paramentos, mas nos rituais, homenagens e no próprio terreiro em si, agregando luxo no que não precisa, distorcendo o princípio mais básico da Umbanda: humildade.
A minha mensagem final é que todos nós (médiuns) saibamos nos valer das vestimentas e paramentos, mas que na dúvida do que fazer, termos sempre em mente o branco como único item de fato essencial.
Paz e Luz!
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigado por comentar, é muito bom ter você por aqui!
Aceitamos todo tipo de crítica, mas temos a moderação dos comentários para evitar que discursos de ódio gratuitos sejam postados. Evite palavrões e ofensas pessoais, estamos aqui única e exclusivamente para compartilhar conhecimento. Axé!