sexta-feira, 20 de março de 2015

Uso de Guias na Umbanda

Uso de Guias na Umbanda
Imagem: Reprodução / Google
As guias são colares feitos de miçangas ou outras peças coloridas representativas do Orixá, entidade correspondente ou linhas de trabalho. Elas geram um ponto de atração entre o médium e o Guia, Orixá ou determinada falange. São condensadores energéticos (utilizados pelos Guias para descarregar acúmulos negativos alojados nos campos eletromagnéticos), são proteções contra energias contrárias (verdadeiros escudos enquanto o médium está incorporado) e são irradiadoras de energia (círculos mágicos ativos).
As guias podem ser feitas de contas naturais, artificiais, aços, pedras, cristais e outros materiais, sendo o mais indicado as contas de cristal, as de louça, as sementes (como as lágrimas de Nossa Senhora, olho de boi, etc) e as pedras naturais. Pode ser adquirida pronta ou ser confeccionada pelo médium, embora seja melhor confeccionar.

São elementos ritualísticos pessoais, individuais e intransferíveis, devendo ser confeccionadas, manipuladas e utilizadas somente pelo médium a quem se destinam. A manipulação das guias por outras pessoas ou seu uso em ambientes ou situações negativas ou discordantes com o trabalho espiritual, fatalmente acarretará em contaminação ou interferência vibracional.
Não entrarei nas cores por variar de terreiro pra terreiro. Busque orientação com os pais de sua casa e eles poderão ajudá-lo, respeitando a ritualística da casa a qual trabalha.


Tipos de guias
Guia de Proteção: Todas as guias protegem, mas essas são especificamente para proteção (guia-escudo, geralmente não irradia energias). Todos os médiuns podem usar: médiuns da corrente, médiuns em desenvolvimento e cambonos. Geralmente a guia é de Oxalá mas pode ser personalizada conforme o Guia Chefe da casa pedir.

Guia de Tratamento: Utilizada em qualquer pessoa que esteja passando por algum tratamento no terreiro, como curas, desobsessões, etc. Protege e tranquiliza, abrandando o medo e agindo no psicológico do consulente.

Guia de Linhas de Trabalho: São guias específicas para cada linha. Guia de caboclo, guia de preto velho, guia de exu, etc. São feitas sob orientação de Entidades daquela linha, seguindo geralmente a cor da linha (verde para caboclos, preta e vermelha para exus, amarelas para baianos, etc). É bom para não se acumular muitas guias e concentrar a força da linha numa guia só.

Guia de Entidade: São aquelas que seguem como padrão o pedido de uma Entidade do médium. São altamente personalizadas e carregam a proteção e imantação de uma Entidade específica.

Guia das Sete Linhas de Umbanda: As cores variam de terreiro pra terreiro, mas são usadas para se ter a proteção e irradiação das sete forças da Umbanda.

Guia de Orixá: É a guia do Orixá regente da coroa do médium. É feita na cor do Orixá, o que pode variar. Tem casas que usam vermelho para Ogum, outras azul escuro, por exemplo. Alguns terreiros usam firmas da cor do Orixá, outros da cor do Orixá adjuntó ou búzios. Há terreiros que fazem ainda duas guias: uma para o Orixá de frente e outra para o adjuntó. Não existe um padrão. Podem ser adicionados outros elementos, como pingentes da ferramenta do Orixá em metal.

Guia de Sacerdote: É uma guia que somente os sacerdotes devem usar, por seu grau de experiência na Umbanda. Após ser coroado, o sacerdote confecciona essa guia e seu formato depende da casa que o coroou. Existem guias de sacerdotes que são as mesmas do Candomblé, de duas fileiras de búzios. Outras são brajás na cor do Orixá de frente ou de Oxalá com firmas de todos os Orixás (cultuados na casa) intercalando os gomos. Outras são com firmas dos Orixás intercalando contas de cristal, de um só fio. Depende do fundamento do casa.

Fazendo guias
O médium deve estar tranquilo e concentrado com a entidade ou Orixá “dono” da guia. Deve-se respeitar, acima de tudo, as orientações da entidade quanto a cor, quantidade de contas (se são múltiplas de sete, por exemplo) e se precisam de algum outro elemento além da firma, como pingentes de metal, pedras, penas, crânios, etc. Já as guias de Orixás, respeita-se a cor que o terreiro atribui àquele Orixá, mas é possível adicionar outro elemento conforme intuição do médium.
Cada casa tem suas regras quanto a confecção de guias e sobre qual médium pode utilizá-la, sendo de fios únicos ou múltiplos. Geralmente, os brajás (guias de cordões trançados) são utilizados pelos sacerdotes, mas depende da casa.

Posição da guia em uso
Os médiuns utilizam as guias de diversos modos, sendo de frente (como um colar comum) ou na transversal. Quando na frente do peito, em aberto, cria um campo protetor e abre passagem à troca de energias com as forças firmadas nele, fluindo por toda a matéria do médium, com as energias de todos os lados.
A guia na transversal geralmente significa equilíbrio de vibração, criando um campo protetor e uma passagem com as forças localizadas à nossa esquerda ou direita (dependendo pra que lado está).

Cuidado e limpeza
Uma guia, comprada pronta ou confeccionada, deve ser limpa antes de usá-la pela primeira vez e toda vez que achar necessário. Para descarregar a guia de energias negativas, lavar em água pura com sal grosso e depois apenas água, para retirar o sal. Para energizar, banhá-las com ervas ou alfazema e/ou acender velas e então entregá-la ao Guia, ou entregar ao Guia de uma vez. Geralmente cada terreiro tem um método que mais utiliza.
É bom guardá-las com cuidado, tendo a certeza de que não estará em contato com materiais sujos (física e energeticamente falando), comprometendo seu axé. Evitar usá-las em banheiros ou outros lugares contaminados, tomar cuidado com fogo e materiais ácidos.

Necessidade e bom senso
Antes de mais nada, é bom o médium estar sempre atento a real necessidade de se confeccionar uma guia. A entidade realmente pediu a guia? Está na hora certa de fazê-la? É importante sempre buscar orientação com os sacerdotes do terreiro e ter bom senso, tendo em vista que uma guia não é um instrumento qualquer, e nem tem a finalidade de alimentar a vaidade do médium.
Não se recomenda o uso de guias para as pessoas que não são médiuns. A guia é para ser usada durante os trabalhos pelos médiuns da casa. Para pessoas que não são médiuns, o mais correto é ter um patuá.

Vi um texto no Facebook, extraído de uma obra do Rubens Saraceni, que nos ajuda a entender a origem das guias e explica mais profundamente sobre a guia ser um círculo mágico, leia aqui.
Ao ler, lembrem-se que Saraceni tem um padrão ritualístico próprio e você pode adequar (Orixás, cores e rituais) à realidade de seu terreiro.

Paz e luz!

Um comentário:

Obrigado por comentar, é muito bom ter você por aqui!
Aceitamos todo tipo de crítica, mas temos a moderação dos comentários para evitar que discursos de ódio gratuitos sejam postados. Evite palavrões e ofensas pessoais, estamos aqui única e exclusivamente para compartilhar conhecimento. Axé!

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...