quarta-feira, 16 de agosto de 2017

Cosme e Damião e Ibejis na Umbanda

Cosme e Damião e Ibejis na Umbanda Umbanda Wiki
Imagem: Cosme e Damião e Ibejis. Editadas em conjunto / Google

Não há adepto, simpatizante ou mesmo pessoa externa à Umbanda que não conheça Cosme e Damião. Apesar disso, pouco sabemos de sua história. Dessa forma, a intenção dessa postagem é de agregar esse conhecimento ao nosso estudo umbandista e nos aproximar ainda mais dessa energia.


Quem são Cosme e Damião?
Irmãos gêmeos e médicos por profissão. Viveram no Oriente e, desde jovens, eram reconhecidos por sua habilidade como médicos. Levavam a muitos a saúde do corpo e da alma, sem cobrar nada por isso.
É dito que viveram na Ásia Menor, até que, devido à perseguição de Diocleciano, no ano 300 da Era Cristã, foram presos por serem considerados inimigos dos deuses e acusados de usar feitiçarias e meios diabólicos para disfarçar as curas. Tendo em vista essa acusação, a resposta deles era sempre: “Nós curamos as doenças em nome de Jesus Cristo e pelo Seu poder!”. São Cosme e São Damião jamais abandonaram a fé cristã e foram decapitados no ano de 303.
Na Umbanda, são protetores das crianças e figuras importantes em trabalhos de cura.


E quem é Doum?
Doum é o nome dado ao primeiro filho após o parto de gêmeos. Alguns acreditam que Doum era irmão de Cosme e Damião, e que veio a falecer ainda em tenra idade. E segundo a crença, é por isso que Cosme e Damião se dedicaram à medicina; para que pudessem curar todas as crianças e pessoas que necessitassem.
Outra crença acredita que para cada dois gêmeos que nascem, um terceiro não encarna neste mundo. Mas, embora não apareça de forma física, segundo contam, Doum também é venerado e respeitado como parte da família dos Ibejis, considerado “aquele que não veio”. Por isso, o mito de Doum também serve de consolo quando uma criança morre bebê ou ainda no ventre materno. Nesses casos, a partida é entendida como o retorno de um desses seres divinos ao mundo do qual não conseguiu se despedir.
De qualquer forma, é por isso que algumas imagens possuem o terceiro menino, mais novo, no meio de Cosme e Damião. Muitas casas de Umbanda cultuam os três.


Orixás Ibejis no Candomblé e o Sincretismo
Assim como Ogum, Yemanjá, Exu e todos os outros Orixás, Ibejis também foram sincretizados; neste caso, com Cosme e Damião. Leia esse texto para entender melhor sobre a sincretização e seu objetivo.

Ibeji, no Candomblé, é o Orixá Criança, em realidade, duas divindades gêmeas infantis, ligadas a todos os Orixás e seres humanos.
Por serem gêmeos, são associados ao princípio da dualidade; por serem crianças, são ligados a tudo que se inicia e nasce: a nascente de um rio, o nascimento dos seres humanos, o germinar das plantas, etc.
Ibeji na nação Ketu, ou Vunji nas nações Angola e Congo, é o Orixá Erê, ou seja, o Orixá Criança. É a divindade da brincadeira, da alegria; a sua regência está ligada à infância.
Ibeji está presente em todos os rituais do Candomblé pois, assim como Exu, se não for bem cuidado pode atrapalhar os trabalhos com as suas brincadeiras infantis, desvirtuando a concentração dos membros de uma Casa de Santo. É o Orixá que rege a alegria, a inocência, a ingenuidade da criança. A sua determinação é tomar conta do bebé até à adolescência, independentemente do Orixá que a criança carrega.
Ibeji é tudo o que existe de bom, belo e puro; uma criança pode-nos mostrar o seu sorriso, a sua alegria, a sua felicidade, o seu falar, os seus olhos brilhantes. Na natureza, a beleza do canto dos pássaros, nas evoluções durante o voo das aves, na beleza e perfume das flores.


Na Umbanda: Erês
Poucas casas de Umbanda cultuam Ibejis enquanto Orixás. Chamamos Ibejis todas as crianças que incorporam e trabalham na linha de Erês. Clique aqui para ler mais.


Festa de Cosme e Damião na Umbanda
A festa de Cosme e Damião (Ibejis) é uma das homenagens mais populares da Umbanda, feita em quase todos os terreiros do país. Reúne não só os adeptos da religião, como todos os curiosos e entusiastas da alegria das festas de crianças.
Por seu arquétipo infantilizado, são ofertados doces de diversos tipos e cores aos erês. Bolo, brigadeiro, beijinho, cocada, balas, pirulitos, arroz doce, refrigerantes, sucos, etc. Os mais tradicionais servem ainda o caruru. 


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Fontes:
Site: A verdadeira história de São Cosme e São Damião por Canção Nova
Site: Cosme e Damião. Quem é Doum? por Ordem Mística de Regeneração
Site: Doum por Espiritualizando com a Umbanda
Site: Ibejis por O Candomblé

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